Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo caíram pela primeira vez em cinco pregões na quarta-feira após um segundo grande acúmulo semanal nos estoques de petróleo dos EUA, sugerindo que o mercado não está tão desabastecido quanto os otimistas de plantão tentavam retratar.
A Energy Information Administration, responsável por divulgar os números, também elevou pela segunda semana seguida as suas estimativas para a produção de petróleo bruto dos EUA, que também impactaram de modo negativo os ânimos em uma setor que tinha quase anulado uma maior produção dos perfuradores locais.
O petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, apresentava queda de US$ 2,02, ou 2,5%, a US$ 76,94 por barril por volta das 16h41 (horário de Brasília), depois de atingir seu maior patamar em sete anos, US$ 79,47, no dia anterior. Apesar do declínio, o benchmark da commodity nos EUA ainda apresentava alta de quase 60% no ano.
O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, caía US$ 1,87, ou 2,3%, para US$ 80,69. O Brent atingiu os US$ 83,11 na terça-feira e apresenta alta de 56% no ano.
Os estoques de petróleo subiram 2,35 milhões de barris na semana até 1º de outubro, após registrarem um acúmulo de 4,58 milhões de barris na semana anterior, encerrada em 24 de setembro, afirmou a EIA em seu Relatório Semanal do Status do Petróleo.
Os estoques cresceram na última quinzena após a produção de petróleo na Costa do Golfo do México dos EUA retornar a níveis quase normais na esteira dos efeitos prolongados do furacão Ida, que atingiu a região no fim de agosto.
Os analistas acompanhados pelo Investing.com previam um consumo bruto de 418.000 barris para a semana recém-encerrada.
Antes das duas últimas semanas, os estoques de petróleo bruto caíram em torno de 10 milhões de barris ao longo das três semanas em que o Ida interrompeu a produção na Costa do Golfo do México, forçando os refinadores a utilizarem maciçamente o estoque dos inventários.
O furacão forçou inicialmente a interrupção de mais de 90% das instalações produtoras de petróleo e gás no Golfo antes de tocar solo em 29 de agosto. Ainda em 23 de setembro, cerca de 16,2 % da produção no Golfo continuava inacessível aos refinadores.
"A ressaca do Ida finalmente acabou”, disse John Kilduff, sócio fundador do fundo de hedge energético Again Capital, de Nova York. "Podemos ver acúmulos consistentes de petróleo bruto a partir daqui, com base em tendências normais da época do outono [no hemisfério norte], embora também devemos notar que nada mais é "normal” neste mercado".
Além do acúmulo de petróleo registrado, a EIA também elevou suas estimativas de produção dos EUA para 11,3 milhões de barris por dia para a semana até 1º de outubro, em comparação ao patamar anterior de 11,1 milhões de barris diários.
Foi a segunda semana consecutiva de ajustes para cima na produção de petróleo bruto por parte da agência, que havia aumentado as estimativas de produção em 500.000 barris por dia na semana anterior.
Enquanto isso, a utilização das refinarias se manteve em 89,6%, não muito longe da faixa de 90% a 92% que é comum para esta época do ano.
As reservas de petróleo não foram as únicas estimativas que os analistas erraram em suas previsões.
A EIA disse que os estoques de gasolina aumentaram 3,26 milhões de barris durante a semana encerrada em 1º de outubro, contra a previsão de acúmulo de 400.000 barris. Na semana anterior, os estoques do combustível aumentaram em 3,48 milhões de barris.
Os estoques de destilados, que incluem o diesel e o óleo para aquecimento, diminuíram 396.000 barris na última semana, contra um déficit esperado de 750,000, como revelaram os dados.