Investing.com – Os preços do petróleo recuavam nesta segunda-feira, 27, diante da expectativa pela reunião da Opep+ que foi adiada para quinta-feira. Os produtores ainda não chegaram a um acordo sobre os níveis de oferta para 2024, em meio à desaceleração da demanda global.
Às 11h30 de Brasília, o barril do West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os Estados Unidos, se desvalorizava 0,33%, a US$ 75,29, enquanto o de Brent, que serve de referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), caía 0,3% para US$ 80,24, no mercado futuro.
Impasse na Opep+
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, liderados pela Rússia, deveriam se reunir no domingo para discutir os ajustes na oferta de petróleo para 2024. No entanto, a reunião foi adiada após Angola e Nigéria manifestarem insatisfação com suas cotas de produção mais baixas para o próximo ano.
Segundo fontes, o grupo estaria próximo de um acordo, mas ainda há incertezas sobre os volumes de produção e a duração do pacto.
A Opep+ vem reduzindo a oferta de petróleo desde o início do ano, em meio à preocupação com o impacto da inflação e do crescimento econômico na demanda global pela commodity.
“A expectativa é que a Arábia Saudita prorrogue seu corte voluntário adicional de 1 milhão de barris por dia para o próximo ano. Se isso não acontecer, o mercado ficará mais pressionado, dado o excesso de oferta no primeiro trimestre de 2024”, disseram analistas do ING, em nota.
“Eles também podem cortar mais a produção do grupo como um todo. Isso daria um bom suporte ao mercado em 2024.”
Estoques e dados econômicos em foco
Além da reunião da Opep+, os investidores também acompanharão os dados de estoques de petróleo dos EUA, que na semana passada mostraram um aumento maior do que o esperado. A produção americana segue próxima de níveis recordes.
Também estarão no radar os indicadores econômicos da China, da zona do euro e dos EUA, que podem influenciar as expectativas sobre a demanda por petróleo. Começando pela inflação da zona do euro na quinta-feira, seguida pelos dados do índice de gerentes de compras da China, que fornecerão uma visão melhor sobre a atividade empresarial no principal importador de petróleo do mundo.
Além disso, uma segunda leitura do Produto Interno Bruto dos EUA para o terceiro trimestre está prevista, assim como o índice de gastos com consumo pessoal (PCE), indicador de inflação preferido do Federal Reserve.
(Ambar Warrick colaborou com esta matéria. Tradução de Julio Alves)