Investing.com - A cotação do petróleo caía nesta segunda-feira pois o aumento na produção de shale oil e uma aparente calma nas tensões do Oriente Médio convenciam os investidores a colherem lucros após fortes ganhos na semana passada.
Contratos futuros de petróleo bruto WTI, negociados em Nova York, tinham perdas de US$ 0,56, ou cerca de 0,8%, e eram negociados a US$ 66,83 o barril às 11h20.
Além disso, contratos futuros de petróleo Brent, referência para preços do petróleo fora dos EUA, recuavam US$ 0,50, ou cerca de 0,7%, para US$ 72,08 o barril.
Na semana passada, as duas referências tiveram seu desempenho percentual semanal mais forte desde o final de julho do ano passado, com o WTI ganhando em torno de 8,6%, ao passo que o Brent teve um aumento na semana de 8,2%.
Entretanto, dados divulgados na sexta-feira trouxeram de volta preocupações a respeito do aumento da produção de shale nos EUA.
De acordo com a Baker Hughes, exploradores norte-americanos acrescentaram sete sondas à atividade já existente na semana encerrada em 13 de abril, levanto a contagem total a 815, o maior número desde março de 2015.
Os dados ressaltaram as preocupações de que o aumento da produção norte-americana possivelmente afetaria esforços da Opep para acabar com o excesso de oferta mesmo com relatórios mensais divulgados na semana passada pelo cartel e pela Agência Internacional de Energia mostrando que mercados estavam se equilibrando e que o objetivo da Opep está dando frutos.
A produção norte-americana de petróleo, conduzida pela extração de shale oil chegou à máxima histórica de 10,52 milhões de barris por dia na semana passada, ficando acima dos níveis de produção da Arábia Saudita, principal exportador do mundo, e aproximando-se dos níveis da Rússia, maior produtor de petróleo do mundo.
Em novembro do ano passado, a OPEP e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar cerca de 1,8 milhão de barris por dia da produção de petróleo para reduzir os estoques globais para a média de cinco anos. O acordo tem validade até o final de 2018.
Nesta semana, investidores de petróleo aguardam novos dados semanais sobre os estoques comerciais de petróleo bruto nos EUA na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo e a rapidez com que os níveis de produção irão continuar a subir.
Comentários de produtores mundiais de petróleo, que podem apresentar mais sinais se seus planos de estender para o ano que vem o atual acordo de cortes na produção, também permanecerão em destaque. Embora pareça que a Arábia Saudita tenha apoiado a ideia, uma decisão oficial não é esperada até pelo menos a próxima reunião da OPEP em junho.
O que também reduzia os temores recentes de possíveis problemas na oferta é o fato de que a tensão a respeito da escalada do conflito na Síria parecia diminuir durante o fim de semana mesmo após Estados Unidos, França e Reino Unido terem realizado um ataque aéreo contra instalações de armas químicas na Síria em retaliação a um suposto ataque com gás tóxico em Duma no dia 7 de abril.
Embora Vladimir Putin, presidente russo, tenha alertado no domingo que mais ataques à Síria poderiam levar ao "caos em relações internacionais", a declaração feita por Donald Trump, presidente norte-americano, de "missão cumprida" levou participantes do mercado a interpretarem que não há escalada militar imediata iminente.
Em outras negociações de energia, contratos futuros de gasolina recuavam 0,7% para US$2,0482 o galão, ao passo que o óleo de aquecimento tinha queda de 0,5% e era negociado a US$ 2,0901 o galão.
Contratos futuros de gás natural avançavam 1,4%, para US$ 2,774 por milhão de unidades térmicas britânicas.