Por Barani Krishnan
Investing.com - Depois das vitórias no primeiro trimestre, os touros do petróleo estão de olho em outro gol de placa em abril, chegando perto de atingir sua meta de US$ 65 para o petróleo bruto nos EUA na semana passada antes de serem parados por novos aumentos no número de plataformas e nos estoques, bem como por questões sobre a demanda de petróleo e a economia.
O West Texas Intermediate e a referência mundial de petróleo, o Brent subiram pela sexta semana consecutiva, com a guerra civil da Líbia acrescentando um bônus geopolítico a um mercado já pressionado pelos cortes da Opep e as sanções ao petróleo venezuelano e iraniano. O WTI subiu 6% até agora em abril, enquanto o Brent ganhou 5% após os avanços do primeiro trimestre de cerca de 30% para ambos.
O ouro teve uma semana menos brilhante. O metal amarelo inicialmente subiu acima de US$ 1.300 sob especulações de que o Federal Reserve poderia sucumbir à pressão do presidente Donald Trump para baixar as taxas de juros. Mas o metal recuou novamente abaixo do patamar de alta depois da ata da reunião mensal do Fed ter mostrado que os legisladores do banco central poderiam avançar em direção a um aumento da taxa se a economia se recuperasse.
Resumo de energia
A semana começou com força para gerentes de fundos e outros investidores que operam comprados em petróleo à medida que o agravamento do conflito militar na Líbia colocava o membro da Opep de volta no centro da atenção do mercado, depois de ter estado esquecido ultimamente pelos acontecimentos no Irã e na Venezuela.
A Líbia, de fato, esteve no noticiário do fim de semana anterior, depois que o general rebelde Khalifa Haftar ordenou que suas tropas marchassem de seu território de Benghazi, a leste, para a capital Trípoli, em uma tentativa de derrubar a administração reconhecida pela ONU.
O país do norte da África, que produz cerca de 1,1 milhão de barris por dia de petróleo, está vulnerável desde a derrubada de Muammar Gadaffi, em 2011. As forças de Haftar controlam mais de 40% dos campos petrolíferos da Líbia e os principais portos que exportam o petróleo bruto.
No momento em que as negociações se encerraram na terça-feira esperando os dados semanais de oferta e demanda da agência de enegia dos EUA,. o WTI registrou um ganho de 3,5% na semana e atingiu uma máxima de cinco meses a US$ 64,79.
Os números do EIA, divulgados no dia seguinte, mostraram que os estoques brutos aumentaram 7 milhões de barris, mais do que o triplo do que o mercado previa. Mas o EIA também relatou uma redução impressionante de 8 milhões de barris nos estoques de gasolina, cerca de quatro vezes mais o que os analistas esperavam. Em vez de mergulhar, o WTI ganhou mais 1%.
Os touros do petróleo tiveram o seu dia de acerto de contas na quinta-feira. A Agência Internacional de Energia, sediada em Paris, que cuida do interesse dos consumidores de energia no Ocidente, sugeriu em seu relatório de abril que o aumento de mais de US$ 20 por barril desde janeiro pode estar além do que a economia poderia suportar.
A Reuters também citou uma fonte da Opep dizendo que os produtores globais de petróleo podem decidir encerrar seus cortes de produção até julho, se as crises de abastecimento da Líbia, da Venezuela e do Irã não forem resolvidas até então.
A combinação dessas mensagens dovish derrubou os preços do petróleo em mais de 1,5% no fechamento de quinta-feira.
Mas na sessão seguinte, o mercado estava em alta com as tensões da Líbia, já que Haftar ameaçou acabar com as exportações de petróleo do país, embora os avanços de suas tropas tenham enfraquecido nos últimos dias.
O mercado também ignorou outro aumento semanal, embora pequeno, na contagem de plataformas de petróleo, terminando a semana em alta de 1% no WTI e de 2% no Brent.
A gasolina permaneceu como a estrela do complexo energético, com alta de 53% ao ano, depois de adicionar mais 2% na semana passada. O óleo de aquecimento, um parâmetro para o diesel e outros combustíveis de transporte, ganhou 23% no acumulado do ano após o aumento de mais de 1% na semana passada.
O gás natural encerrou a semana em queda de 0,4%, a US$ 2,65 por milhão de unidades térmicas britânicas, depois de receber o segundo aumento de estoques de gás neste ano. Com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, as previsões para o ar frio e quente também estão desafiando os investidores no preço do combustível.
Nas principais notícias sobre o setor de energia, a aquisição da Anadarko Petroleum Corp (NYSE:APC), pela Chevron Corp (NYSE:CVX) por US$ 33 bilhões, anunciada na sexta-feira, vai tornar a empresa americana, a maior produtora nas planícies poeirentas da Bacia Permiana, dando-lhe o controle de uma área rica em petróleo com o dobro do tamanho de Los Angeles.
Calendário de energia da semana que vem
Terça-feira, 16 de abril
O Instituto Americano de Petróleo deverá publicar seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.
Quarta-feira, 17 de abril
A EIA divulgará seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.
Quinta-feira, 18 de abril
Relatório semanal de gás natural da EIA
Sexta-feira, 19 de abril
Dados semanais da Baker Hughes sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.
Resumo de Metais Preciosos
O ouro em barras, bem como os contratos futuros de ouro, chegaram a US$ 1.300, quando a semana começou com especulações de que o Federal Reserve poderia aliviar as taxas para aplacar as críticas de Trump, que põe a culpa dos números anêmicos do crescimento americano nos quatro aumentos de juros do banco central no ano passado.
O ouro spot, refletindo os negócios em barras, caiu US$ 1,20, ou 0,1%, a US$ 1.291,52 a onça por volta das 14h50.
Os ganhos do ouro se estenderam na terça-feira após o Departamento de Comércio informar que as encomendas de bens duráveis, que tem duração de pelo menos três anos ou mais, caíram 1,6% em fevereiro.
Quando os mercados de metais preciosos de Nova York se fecharam na quarta-feira, antes de o Fed divulgar sua ata mensal, o ouro spot havia ganhado quase 1,5% na semana e atingido uma máxima de quase um mês, de US$ 1.310,65.
Grande parte disso foi revertida na sessão seguinte em uma reação tardia e negativa à ata do banco central, que indicavam que o Fed pode não ter encerrado seu aperto monetário, apesar de sua pausa agora.
À medida que a semana se encerrava, os preços do ouro e dos futuros do ouro divergiram em um raro desempenho, com os investidores tentando discernir a direção do metal amarelo em meio a dados e fundamentos conflitantes. O ouro spot fechou a semana em leve baixa e o futuro negociado na Comex ligeiramente mais alto, embora ambos tenham ficado abaixo de US$ 1.300.
Calendário de metais preciosos da semana que vem
Segunda-feira, 15 de abril
Presidente do Fed de Chicago, Evans faz discurso
Rosengren, membro do FOMC, faz discurso
Terça-feira, 16 de abril
Produção Industrial dos EUA (anual)
Produção Industrial dos EUA (mensal) de março
Índice do mercado imobiliário americano, NAHB de abril
Quarta-feira, 17 de abril
Núcleo do IPC da zona do euro (anual) em março
Balança Comercial da zona doeuro de fevereiro
Balança Comercial dos EUA em fevereiro
Bullard, membro do FOMC, faz discurso
Quinta-feira, 18 de abril
IPP alemão (anual) (março)
PMI composto alemão (abril)
PMI da Indústria Alemã (abril)
PMI de Serviços da Alemanha (abril)
PMI da Indústria na zona do euro (abril)
PMI composto da zona do euro (abril)
PMI de serviços na zona do euro (abril)
Núcleo de Vendas no varejo nos EUA (mensal) (março)
Pedidos de seguro-desemprego nos EUA
Vendas no varejo nos EUA (mensal) (março)
PMI da Indústria nos EUA (abril)
Sexta-feira, 19 de abril
Licenças de construção nos EUA (mensal) (março)
Construção de novas casas nos EUA (março)