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Por Barani Krishnan
Investing.com - Com múltiplos fatores que mexem com o preço puxando os futuros de petróleo bruto em várias direções na semana passada, no final variação da cotação se resumiu a duas coisas que realmente importam: a China, maior consumidor de commodities do mundo, pode ter seu crescimento mais lento devido ao aumento de tarifas e o Irã, grande produtor, cujo impacto das sanções americanas poderiam resultar em uma das maiores perturbações da oferta.
Os comerciantes escolheram esmagadoramente a China como principal fator, derrubando o contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) pela terceira semana consecutiva, e deixou o Brent, a referência global do petróleo negociada no Reino Unido, menor pela segunda semana em sequência.
A ameaça do presidente Donald Trump desde o início da semana de elevar as tarifas de US$ 200 bilhões em produtos chineses, concretizada na sexta-feira, assustou o mercado mais do que o agravamento do impacto do embargo do petróleo no Irã, que está resultando em menos barris chegando do quarto maior exportador de petróleo da Opep.
Com o cartel e a Agência Internacional de Energia agendados para emitir seus relatórios mensais com previsões sobre oferta/demanda nesta semana, o pêndulo pode voltar ao Irã, segundo os analistas.
Com ouro também, o fator China foi preponderante. Tanto o ouro quanto os contratos futuros do metal aumentaram modestamente na semana, com a imposição de valores mais altos nas tarifas americanas sobre a China que impulsionaram a margem de porto seguro do ouro.
Resumo de energia
Depois de dar esperanças aos touros do mercado aos 45 do segundo tempo citando "uma bela carta" do líder chinês Xi Jinping sobre como as duas nações poderiam cooperar no comércio, Trump contraria as expectativas e aumentou a tarifa anterior sobre as importações chinesas de 10% para 25% nos EUA.
Enquanto as tarifas mais altas certamente terão um algum efeito desacelerador na economia chinesa, a incerteza sobre o que acontecerá com o comércio global mediante o crescente confronto entre as duas maiores economias do mundo teve um impacto maior sobre os comerciantes de petróleo. A China, por exemplo, prometeu retaliar, dizendo ao governo Trump que se preparasse para movimentos “recíprocos”.
Mas o próximo relatório mensal da Opep, que deve ser divulgado nesta terça-feira, e a revisão da IEA sobre a demanda global por petróleo, que deve ser publicado na quinta-feira, podem chamar a atenção dos investidores para as especificidades do mercado de petróleo. O Irã parece prestes a perder cerca de 100.000 barris por dia ou mais em razão dos apertos promovidos pelos EUA em suas exportações de petróleo, que já se acredita terem caído para cerca de 800.000 bpd desde o início do ano.
O secretário de Estado, Mike Pompeo, insistiu em uma entrevista à CNN que a "matemática simples" mostrou que não houve interrupção no suprimento global de petróleo bruto desde que os EUA retirou-se do acordo nuclear de 2015 do Irã realizado pela administração Obama.
No entanto, a Reuters informou que as refinarias chinesas evitaram as encomendas de cargas de cargas iranianas em maio, devido a preocupações de que a extração de petróleo de Teerã poderia provocar as sanções dos EUA e eliminá-los do sistema financeiro global. A China é o maior consumidor de petróleo do Irã, com importações de 475 mil bpd no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados da alfândega chinesa. Os chineses ainda não descobriram fornecedores que preenchem a lacuna de oferta no mercado a preços que eles querem, já que a Arábia Saudita e outros países da Opep estão pedindo muito mais pelo seu petróleo em comparação com o Irã.
Além das sanções iranianas, a contaminação no oleoduto russo Druzhba, um canal importante para o petróleo bruto na Europa Oriental e na Alemanha, atingiu também as exportações russas, colocando um limite nos mercados de petróleo bruto. Scott Shelton, corretor de futuros de energia da ICAP em Durham, Carolina do Norte, disse em um e-mail ao Investing.com na semana passada que “O otimismo de um retorno rápido das exportações russas está se tornando uma questão importante para muitos investidores do mercado."
As tensões geopolíticas também estão abalando o mercado de petróleo.
A Administração Marítima dos EUA disse em um comunicado na semana passada que os navios comerciais americanos, incluindo os navios petroleiros navegando por rotas-chave do Oriente Médio, poderiam ser alvos do Irã em uma das ameaças aos interesses dos EUA feitas por Teerã.
Enquanto isso, militares norte-americanos disseram que vários bombardeiros B-52 seriam parte de forças adicionais sendo enviadas ao Oriente Médio para combater o que o governo Trump chama de "indicações claras" de ameaças do Irã para força dos EUA na região. A República Islâmica repudiou o argumento americano de uma ameaça chamando-o de "inteligência falsa".
Calendário de energia para a semana que vem
Terça-feira, 14 de maio
Relatório mensal da Opep
O Instituto Americano de Petróleo deverá publicar seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.
Quarta-feira, 15 de maio
Relatório mensal da AIE sobre oferta e demanda de petróleo.
A EIA lançará seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.
Quinta-feira, 16 de maio
Relatório semanal de gás natural da EIA
Sexta-feira, 17 de maio
Dados semanais da Baker Hughes sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.
Resumo de Metais Preciosos
Mesmo que Trump tenha desferido o golpe que prometeu contra a China sobre as novas tarifas de comércio, os preços do ouro podem não decolar como um foguete além de US$ 1.300, como alguns entusiastas de ouro pensam.
Enquanto o metal amarelo certamente poderia se beneficiar se a angústia do comércio entre os Estados Unidos e a China levar a mais estresse nas ações, seus fundamentos técnicos mistos significam que seu alcance como porto seguro será limitado.
O ouro spot, reflexo das negociações em barras e dos futuros do ouro negociadas na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York, registraram ganhos modestos para a semana após o aumento de tarifa americanas sobre os produtos da China.
Philip Streible, estrategista sênior de metais da RJO Futures, em Chicago, disse que o ouro sofreu forte resistência técnica, encurralado entre a alta média móvel de US$ 1.300 e a baixa média móvel em 200 dias de US$ 1.267.
Calendário de metais preciosos da semana que vem
Segunda-feira, 13 de maio
Membro do FOMC Rosengren faz discurso
Membro do FOMC, Kaplan faz discurso
Terça-feira, 14 de maio
Atividade industrial do ISM (abril)
IPC alemão (mensal) (abril)
Membro do FOMC Williams faz discurso
Membro do FOMC, Bullard faz discurso
Produção Industrial na China (anual) (abril)
Vendas no varejo na China (anual) (abril)
Desemprego na China
Quarta-feira, 15 de maio
Núcleo de Vendas no varejo nos EUA (mensal) (abril)
Índice Empire State da atividade industrial de NY (maio)
Produção Industrial dos EUA (anual)
Quinta-feira, 16 de maio
Pedidos continuados de de seguro-desemprego nos EUA
Construção de novas casas nos EUA (abril)
Pedidos iniciais de seguro-desempregos nos EUA
Índice da atividade industrial do Fed de Filadélfia (maio)
Sexta-feira, 17 de maio
Núcleo do IPC da zona do euro (anual) (abril)
Expectativas de inflação de 5 anos em Michigan (maio)
Expectativas do consumidor de Michigan (maio)