Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em forte alta nesta segunda-feira, antes da reunião de grandes países produtores, na qual serão discutidos os níveis de oferta, ao mesmo tempo em que crescem as preocupações com o fornecimento de gás para a Europa.
Às 8h30 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 3,17%, a US$ 89,62 por barril, enquanto o Brent se valorizava 3,43%, a US$ 96,21 por barril, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 2,42%, a US$ 2,5233 por galão.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, se reunirão nesta segunda-feira, e a expectativa é que mantenham os níveis atuais de produção, apesar de a oferta continuar restrita.
Contudo, a Arábia Saudita, líder de fato do grupo, recentemente aventou a possibilidade de cortar os níveis de produção para respaldar os preços, o que estava alçando o mercado.
Os preços do petróleo caíram nos últimos três meses, depois de tocar máximas plurianuais em março, diante de preocupações com a alta de juros e os bloqueios sanitários contra a Covid-19 em partes da China, maior país importador de petróleo do mundo, o que poderia desacelerar o crescimento econômico mundial e arrefecer a demanda petrolífera.
“Acreditamos que a Opep+ deixará as metas de produção inalteradas para o próximo mês. É difícil justificar um corte de produção no momento em que o mercado opera perto do patamar de US$ 100 por barril”, disseram os analistas do ING em nota.
“Faria mais sentido para a Opep+ aguardar para ter maior clareza sobre as tratativas nucleares com o Irã antes de tomar qualquer ação. Essas tratativas parecem ter piorado, com os EUA dizendo que a última resposta do Irã ‘não foi construtiva’".
O que também estava influenciando o mercado petrolífero nesta segunda-feira eram notícias de que a Rússia havia interrompido indefinidamente a oferta de gás através do gasoduto Nord Stream para a Alemanha, aumentando as preocupações com uma crise energética na zona do euro e respaldando a demanda petrolífera.
“A interrupção dos fluxos significa que a Europa perderá cerca de 1 bcm de fornecimento de gás natural por mês. Tudo indica que o mercado passará a ficar cada vez mais nervoso com os fluxos através de Ucrânia, além de TurkStream”, acrescentou a ING.
A iniciativa de Moscou de encerrar o fornecimento de gás através desse importante gasoduto ocorre quase que imediatamente depois que ministros de finanças do G-7 concordaram em impor um teto de preços para as exportações petrolíferas da Rússia, com o objetivo de enfraquecer financeiramente o governo do presidente Vladimir Putin, que continua sua invasão da Ucrânia.
Há dúvidas quanto à eficiência desse plano, haja vista que grandes compradores, como China, Índia e Turquia, precisariam participar.
“Não há garantia disso, sobretudo depois que a Rússia disse que não fornecerá petróleo a qualquer país que adotar o teto de preços”, declarou o ING.