Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo subiam nesta quinta-feira, retomando ganhos após duras perdas da sessão anterior, depois que as duas maiores economias do mundo, EUA e China, afirmaram estar em busca de liberar o fornecimento de suas reservas estratégicas.
Por volta das 13h25 (horário de Brasília), os futuros do {8849|WTI}} eram negociados com alta de 0,5%, a US$ 77,92 o barril, depois de caírem 3% durante a sessão anterior, enquanto os contratos do Brent subiam 0,6%, para US$ 80,73, após caírem 1,7% na quarta-feira.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA avançavam 0,1%, a US$ 2,2835 o galão.
Ambos os benchmarks registraram os níveis de liquidação mais baixos desde o começo de outubro na quarta-feira, depois que o governo Biden solicitou movimentos coordenados na liberação de suprimentos estratégicos entre alguns dos maiores consumidores do mundo, no intuito de conter os preços globais dos combustíveis.
A China, o maior importador mundial de petróleo bruto, confirmou na quinta-feira que trabalha para liberar suas reservas de petróleo bruto, enquanto o Japão e a Coreia do Sul se recusam.
A decisão dos EUA de se aproximar e discutir um movimento coordenado reflete a frustração com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, a Opep+, pela recusa em acelerar o retorno do fornecimento global de petróleo aos níveis pré-pandêmicos.
“Apesar da liberação das reservas estratégicas proporcionar apenas alívio a curto prazo para o mercado, isso pode ser o bastante, dada a expectativa do mercado global de petróleo poder contar com excedentes já no primeiro trimestre de 2022”, afirmaram analistas do ING em nota.
A Agência Internacional de Energia divulgou no início da semana que a produção global de petróleo aumentou em 1,4 milhão de barris por dia no mês passado, e aumentará na mesma medida de novembro a dezembro conforme a produção nos Estados Unidos cresce em conjunto com preços mais fortes da commodity.
Além disso, o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, declarou esta semana que espera um excedente no fornecimento de petróleo já para dezembro e que o mercado continuará com excesso de oferta no próximo ano.
A esperada alta na produção dos EUA não apareceu nos dados semanais de estoques de petróleo da Energy Information Administration de quarta-feira. O que vimos foi a queda de mais de 2 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA na semana passada, a maior queda desde meados de setembro.