Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo subiram pelo terceiro dia consecutivo na quarta-feira, depois que dados do governo dos EUA mostraram uma redução sustentada dos estoques de petróleo bruto e gasolina no fim do verão no hemisfério norte.
Mas o rali de quase 10% na semana, que reverteu toda a queda de 9% da semana anterior, parecia estar chegando à exaustão com os preços do WTI se voltando para a resistência de US$ 70, segundo analistas.
O petróleo WTI, negociado em Nova York, fechou em alta de US$ 0,82, ou 1,2%, a US$ 68,36 por barril. Desde o início da semana, o WTI teve um aumento de 9,7% — recuperando integralmente o recuo de 8,9% da semana passada, sua maior perda desde outubro de 2020.
O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 1,20, ou 1,7%, a US$ 72,25. Na semana, o Brent subiu 10,8%, após a queda de 7,7% da semana anterior.
Ainda assim, após três dias de fortes ganhos, o mercado parece ter chegado a um topo, segundo Craig Erlam, analista da OANDA.
"Os preços do petróleo viram o seu ressurgimento se desgastar... após um notável início da semana", disse Craig Erlam, analista da OANDA.
Os preços da commodity despencaram na semana passada com receios de que um novo avanço da Covid em função da variante delta poderia acarretar uma nova rodada de derrubada da demanda.
Mas os últimos dados estatísticos sobre a pandemia na China indicam que talvez novos lockdowns não sejam necessários. As preocupações com a Covid nos EUA também diminuíram esta semana, embora a variante delta continue a ser uma fonte de ressalvas no maior país consumidor de petróleo do mundo.
A escalada do petróleo de quarta-feira foi favorecida pelos dados da Energy Information Administration, que mostraram consumos maiores que os esperados dos estoques de petróleo e gasolina dos EUA pela segunda semana consecutiva, sugerindo um pico tardio da temporada de verão do hemisfério norte na demanda por energia.
Os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram 2,98 milhões de barris na semana encerrada em 20 de agosto, afirmou a Energy Information Administration dos EUA em seu Relatório Semanal sobre o Status do Petróleo. Os analistas sondados pela mídia dos EUA esperavam um recuo de 2 milhões de barris. Na semana anterior, encerrada em 13 de agosto, os estoques de petróleo caíram 3,23 milhões de barris, contra uma previsão de queda de 1,06 milhão.
Os estoques de gasolina também caíram mais que o esperado na semana passada, com redução de 2,24 milhões de barris em contraste à queda esperada de 1,5 milhão, como demonstram os dados da EIA.
Os estoques de destilados chacoalharam essa tendência, subindo 645.000 barris em comparação com a queda antecipada de 900.000 barris.
A demanda de petróleo dos Estados Unidos foi esmagadoramente forte nos dois primeiros meses do verão no hemisfério norte, com quase 50 milhões de barris de petróleo sendo retirados em um certo momento ao longo de nove semanas consecutivas pelas refinarias a fim de produzir gasolina — o principal combustível de motores durante o pico da temporada de viagens rodoviárias.
Desde então, o recrudescimento das infecções por Covid em razão da variante delta frearam ligeiramente a demanda por petróleo, causando tendências irregulares de demanda.