Confiança da indústria do Brasil cai em agosto para menor nível desde outubro de 2023, diz FGV
Investing.com – Os índices futuros dos EUA operavam em leve alta na manhã desta quarta-feira, à espera dos resultados da Nvidia (NASDAQ:NVDA), cujo desempenho deve influenciar o apetite por risco no curto prazo.
A entrada em vigor de tarifas elevadas sobre importações indianas nos EUA e a instabilidade política na França também estão no radar dos investidores.
No Brasil, teremos novos dados sobre o mercado de trabalho, com a divulgação da criação de empregos formais na economia no mês de julho.
1. Resultados da Nvidia em foco
A Nvidia, considerada um termômetro da atual fase de expansão da inteligência artificial, divulgará nesta quarta-feira os números do segundo trimestre fiscal após o fechamento dos mercados em Nova York.
Após ter sustentado parte da valorização do mercado ao longo do ano, o setor de tecnologia perdeu força nas últimas semanas, refletindo uma postura mais cautelosa dos investidores. O resultado da Nvidia será determinante para o comportamento de curto prazo, pois pode confirmar, ou não, as expectativas em torno das empresas que lideram a corrida da IA.
A previsão é de que a companhia reporte alta de 53% na receita, alcançando US$ 46 bilhões no trimestre, segundo dados da LSEG. Apesar do avanço expressivo, o ritmo segue abaixo do crescimento exponencial registrado em trimestres anteriores, o que pode gerar dúvidas sobre a continuidade do ciclo de forte valorização.
Além dos números, os investidores acompanharão as projeções da empresa, especialmente no que diz respeito às restrições comerciais com a China. O futuro das operações da Nvidia no país dependerá dos desdobramentos nas negociações entre as duas maiores economias do mundo.
2. Futuros dos EUA em leve alta
Os contratos futuros dos principais índices acionários dos Estados Unidos avançavam moderadamente nesta quarta-feira, com os investidores atentos ao balanço da Nvidia, que tende a definir o tom dos negócios até o fim da semana.
Às 8 h de Brasília, o contrato futuro do S&P 500 subia 0,1% (20 pontos), o do Nasdaq 100 ganhava 0,1% (4 pontos) e o do Dow Jones avançava 0,1% (15 pontos).
Na véspera, os três índices encerraram o pregão com valorização, refletindo a expectativa positiva em torno da Nvidia, que tem sido vista como um dos principais termômetros do mercado e um indicativo da velocidade de adoção da IA.
A empresa superou as projeções de lucros em 11 dos últimos 12 trimestres.
Esta semana marca a reta final de negociações em agosto, historicamente um mês volátil para os mercados. Apesar disso, os índices acumulam desempenho positivo até aqui: o S&P 500 avança 2%, o Dow Jones Industrial Average sobe 2,9% e o Nasdaq Composite registra alta de 2%.
3. Tarifas dos EUA sobre a Índia entram em vigor
Entraram em vigor as tarifas de 50% sobre produtos indianos impostas pelo presidente Donald Trump, após o fim do prazo estabelecido sem que houvesse acordo comercial entre os dois países.
Inicialmente, Trump havia proposto uma alíquota de 25%, mas indicou que dobraria a cobrança como forma de pressionar Nova Delhi a reavaliar suas compras de petróleo da Rússia, uma decisão que Washington considera contrária aos interesses geopolíticos ocidentais.
Em julho, a Índia ocupou a segunda posição entre os maiores compradores de petróleo russo, atrás apenas da Arábia Saudita, de acordo com dados de embarques.
Com isso, Índia e Brasil passaram a figurar entre os países mais afetados pelas tarifas comerciais norte-americanas.
“Estimamos que 70% das exportações indianas aos EUA, ou cerca de US$ 55 bilhões, estejam sob risco elevado, o que intensifica as pressões negativas sobre o crescimento”, afirmou Aastha Gudwani, economista-chefe do Barclays para a Índia.
“De parceiro confiável a adversário comercial, foi uma mudança substancial.”
4. Petróleo deve seguir em trajetória de queda - Goldman
Os preços do petróleo operavam estáveis nesta quarta-feira, após perdas acentuadas na véspera, com os mercados avaliando o impacto potencial das tarifas impostas à Índia, terceiro maior consumidor global da commodity.
No momento da redação, o contrato futuro do Brent recuava 0,1%, cotado a US$ 66,66 por barril, enquanto o do WTI (West Texas Intermediate) avançava 0,1%, para US$ 63,27.
Ambos os benchmarks haviam recuado mais de 2% na terça-feira, após iniciarem a semana com os preços mais altos em duas semanas.
O Goldman Sachs projeta queda adicional no valor do Brent, com os contratos futuros podendo atingir a faixa inferior de US$ 50 até o fim de 2026, diante da expectativa de aumento no excedente global de petróleo ao longo do próximo ano.
“Estimamos um superávit de 1,8 milhão de barris por dia entre o quarto trimestre de 2025 e o quarto trimestre de 2026, o que poderá elevar os estoques globais em cerca de 800 milhões de barris até o fim de 2026”, afirmou o banco em relatório a clientes.
Segundo a instituição, os preços do Brent devem permanecer próximos aos níveis atuais até o fim de 2025, mas tendem a se distanciar dos contratos a termo a partir do próximo ano, à medida que o aumento dos estoques da OCDE se acelera.
5. Mercado de trabalho no Brasil
Na agenda local, teremos a divulgação da criação de empregos formais na economia brasileira para o mês de julho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Em junho, o Brasil criou 166.621 vagas formais de trabalho, número inferior ao projetado por analistas e também abaixo do registrado no mesmo mês de 2024. No acumulado do primeiro semestre, foram gerados 1,22 milhão de empregos com carteira assinada, também abaixo do observado no mesmo período do ano passado.
A moderação da atividade, do mercado de trabalho e, consequentemente, da inflação é um dos objetivos do banco central, ao manter a taxa básica de juros em 15% ao ano. No último boletim Focus, os economistas pesquisados pela autoridade monetária reduziram suas projeções para a inflação neste ano, passando de 4,95% para 4,86%. A expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 também foi revisada para baixo, de 2,21% para 2,18%.