Investing.com - Os preços do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, com o sentimento positivo do mercado após a forte queda nos estoques dos EUA, que ofuscou os seguidos sinais de aumento da produção do país.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato futuro do WTI para entrega em julho subiu US$ 0,28 para US$ 66,64 por barril, enquanto em Londres, o barril do Brent ganhou US$ 0,75 para fechar a sessão negociado a US$ 76,62.
Os estoques de petróleo dos EUA caíram 4,153 milhões de barris na semana encerrada em 8 de junho, bem acima das expectativas para uma queda de 1,440 milhões de barris, de acordo com dados da Energy Information Administration (EIA).
A produção de petróleo acelerou novamente e as importações cederam, em um movimento que reflete o maior spread entre o WTI e o Brent, que favorece a exportação dos EUA.
As importações de petróleo dos EUA caíram 247 mil barris por dia (bpd) na semana passada para 8,1 milhões de barris por dia (bpd), enquanto as exportações subiram 300 mil bpd. As refinarias ampliaram em 3% o volume de petróleo processado e a demanda mostrou força com o recuo nos estoques de produtos.
Os estoques de gasolina recuaram 2,271 milhões de barris na semana passada, contrariando as expectativas de um aumento de 0,443 milhão de barris, enquanto os estoques de destilados – que inclui diesel e óleo de aquecimento – recuou 2,101 milhões de barris, superando as previsões de um aumento de 0,200 milhão de barris.
A produção de petróleo dos EUA, enquanto isso, continuou sua expansão aumentando 0,1 milhão bpd para um recorde de 10,9 milhões de bpd, de acordo com dados preliminares do EIA, fortalecendo a posição dos Estados Unidos como o segundo maior produtor de petróleo global.
O aumento na produção dos EUA chega em um momento em que os outros dois maiores produtores mundiais – Rússia e Arábia Saudita – elevaram a produção, estimulando os principais temores dos investidores de que os principais produtores continuarão a expandir a produção para compensar a redução da oferta da Venezuela e do Irã.
Esses temores foram exacerbados depois que a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que a produção da Venezuela e do Irã poderia cair em 1,5 milhão por dia nos próximos anos dos níveis atuais, elevando a perspectiva de aumento da produção da Opep.
"Para compensar as perdas, estimamos que os países do Oriente Médio da Opep poderiam aumentar a produção em um curto espaço de tempo em cerca de 1,1 milhão de bpd, e poderia haver mais produção da Rússia além do aumento já embutido em nossa previsão de oferta não-Opep de 2019", disse a AIE.
Em novembro de 2016, a Opep e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar a produção em 1,8 milhão de barris por dia (bpd) para reduzir os estoques globais para a média de cinco anos. O acordo foi renovado até 2018 e deverá ser revisto na próxima reunião do cartel do petróleo em 22 de junho.