Os contratos futuros de petróleo registraram ganho, nesta quarta-feira, 22. A commodity chegou a exibir sinal negativo, mas ganhou fôlego após o dado semanal de estoques nos Estados Unidos do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Além disso, investidores monitoraram notícias do setor e também a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O petróleo WTI para maio fechou em alta de 1,76% (US$ 1,23), a US$ 70,90 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 1,82% (US$ 1,37), a US$ 76,69 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os contratos mostraram volatilidade nas primeiras horas do dia, mas se firmaram no positivo após o dado do DoE. Os estoques de petróleo dos EUA cresceram 1,117 milhão de barris na semana, ante previsão de recuo de 1,5 milhão de barris dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Os estoques de gasolina caíram bem acima do esperado, com baixa também acima do previsto no de destilados, mas a produção média diária cresceu na semana.
Além disso, notícias do setor foram monitoradas. A China estabeleceu plano de ação com metas para elevar a produção de petróleo e gás. No caso do óleo, a intenção de Pequim é que a produção avance em mais de 2 milhões de toneladas, até 2025. A Reuters, por sua vez, reportou a partir de fontes que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pretende manter seu plano de reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia até o fim do ano, mesmo diante de turbulências recentes no setor bancário que derrubaram os preços da commodity.
Em análise a clientes, o Julius Baer comenta a queda recente nos preços do petróleo. Na avaliação do banco, os contratos foram atingidos pela aversão ao risco vista em semanas recentes, diante das turbulências no setor bancário, mas ele acrescenta que houve pressão também pelos fundamentos desse mercado.
De qualquer modo, o Julius Baer acredita que há espaço para recuperação nos preços do petróleo, conforme a aversão ao risco perde força nos mercados globais, e diz que não espera uma recessão global causada pelas turbulências recentes.