O petróleo fechou em alta hoje, em meio ao otimismo de que os principais bancos centrais possam estar chegando perto do fim do aperto monetário, e com perspectiva de aumento na demanda e restrição na oferta no radar. Com isso, o petróleo encerra julho com o maior ganho mensal em um ano e meio.
O contrato do WTI para setembro fechou em alta 1,51% (US$ 1,22), a US$ 81,80 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). No mês, o contrato mais líquido do WTI acumulou alta de quase 16%. Já o Brent para setembro subiu 0,67% (US$ 0,57), a US$ 85,56 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), acumulando alta de mais de 13% no mês.
"Os preços do petróleo estão terminando um mês sólido em alta, já que as perspectivas de demanda permanecem impressionantes e ninguém duvida que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manterá este mercado apertado", escreveu o analista da Oanda Edward Moya. "O mercado de petróleo está vendo o melhor mês desde o início de 2022, já que a maioria dos principais bancos centrais parece estar no fim de seus ciclos de aperto", disse ele, depois que o mercado digeriu leitura mais fraca que o esperado do índice de gerentes de compras (PMI) dos Estados Unidos, que fez crescer aposta em pausa do Federal Reserve (Fed) em setembro.
A valorização da commodity é apoiada hoje também pelas expectativas de aumento na demanda, depois que o Goldman Sachs (NYSE:GS) publicou relatório em que estima que a demanda global atingiu um recorde histórico de 102,8 milhões de barris por dia neste mês e eleva sua previsão para 2023 em cerca de 550 mil barris por dia. "Essa atualização reflete principalmente a demanda firme e de alta frequência de petróleo e as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia e dos EUA, o que mais do que compensa o rebaixamento das estimativas para China", diz o banco no documento.
Ao mesmo tempo, a sessão foi marcada pela divulgação de números que sugerem redução na oferta. O relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA que informou recuo modesto na produção de petróleo e nos estoques em maio. A Reuters reportou que os membros da Opep obrigados a limitar a produção de petróleo bombearam em maio 540 mil barris por dia a menos que em abril. A produção total da Opep caiu 460 mil barris por dia e a produção de abril foi revisada para baixo em 150 mil barris por dia.