Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira, 20, em sessão marcada por aversão ao risco nas mesas de operações. A cautela se intensificou depois que uma comissão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que pode implicar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na legislação antitruste americana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para junho encerrou o dia com perda de 1,20%, a US$ 62,67, enquanto o do Brent para o mesmo mês recuou 0,71%, a US$ 66,57, na Intercontinental Exchange (ICE).
Brasil, Índia e parte da Europa têm levado o mundo a atravessar o ponto mais crítico pandemia de coronavírus. O país asiático, em particular, teve mais de 1 milhão de casos da doença em apenas uma semana. A capital Nova Délhi já enfrente falta de oxigênio nos hospitais e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, descreveu a nova onda de infecções como uma "tempestade".
Diante da piora no quadro global, o Departamento de Estados dos EUA pediu ontem para que todos os americanos reconsiderem viagens internacionais planejadas. O governo informou que elevará a recomendação de "não viaje" para 80% dos países do mundo.
As preocupações com o coronavírus impuseram pressão ao petróleo, no dia em que se completa um ano da primeira vez na história em que o WTI operou em território negativo. O movimento descendente se firmou hoje depois da notícia de que o Congresso dos EUA pode mirar a Opep em uma lei antitruste. Embora tenha sido aprovada hoje pelo Comitê Judiciário da Câmara, a pauta não tem previsão para ser submetido ao plenário.
Em relatório, o ING cita especulações na mídia de que a Opep+ pode cancelar o encontro ministerial marcado para o fim deste mês. "A relativa estabilidade dos preços significa que o grupo provavelmente vê poucos motivos para mudar o curso", explica.