O petróleo fechou em queda nesta quinta-feira, 6, pressionado pela percepção no mercado de que a piora da pandemia na Índia representa riscos para a demanda. O país, que vive uma escalada da crise sanitária, é o terceiro maior importador global da commodity energética.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para junho recuou 1,40%, a US$ 64,71 o barril, enquanto o Brent para julho caiu 1,26%, a US$ 68,09 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
"O número recorde de novas infecções na Índia tem chegado às manchetes e alimentado temores de que a demanda possa se recuperar mais lentamente", afirma o chefe de Pesquisa em Commodities do Commerzbank, Eugen Weinberg.
Nesta quinta-feira, a Índia relatou novos recordes diários de casos e mortes em decorrência da covid-19. Segundo o ministério da Saúde do país, foram 412.262 infecções e 3.980 óbitos nas últimas 24 horas.
Para o analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda, a situação na Índia é um "grande entrave" para os preços do petróleo. "Embora alguns acreditem que a curva de casos de covid esteja começando a dobrar, a situação nos hospitais permanece sombria e provavelmente levará a confinamentos mais longos", diz o profissional.
Na visão de Moya, contudo, assim que a pandemia arrefecer na Índia, o preço petróleo poderá retomar a trajetória de alta.
Nesta quinta, diretor de Comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, afirmou que o forte avanço das contaminações por covid-19 na Índia impõe riscos de baixa para a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global este ano.