O petróleo estendeu as fortes perdas da terça-feira e fechou em baixa de mais de 1% nesta quarta-feira, 31, pressionado por incertezas sobre o cenário macroeconômico global e por dados industriais fracos da China e dos EUA, o que gera preocupações relativas a demanda da commodity. Além disso, a alta do dólar durante a maior parte da sessão reduziu a atratividade do óleo.
O contrato do WTI para julho fechou em baixa de 1,97% (US$ 1,37), em US$ 68,09 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto caiu 1,50% (US$ 1,11), a US$ 72,60 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). No mês, o WTI derreteu 11,31% e o Brent perdeu 9,62%.
Analista da Oanda, Edward Moya comentou que os preços do petróleo foram abalados por sinais mistos da economia americana, com uma "leitura desastrosa" do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do ISM Chicago e dados do relatório de empregos (Jolts) confirmando resiliência do mercado de trabalho. "As preocupações com a recessão nos EUA, possivelmente os riscos de estagflação, tornarão a vida difícil para os ativos de risco", comentou Moya.
Os contratos mais líquidos já haviam iniciado a sessão em queda, após o PMI da China indicar que o setor industrial do país continua em território de contração, estendendo as perdas robustas de 4% registradas na terça. O dado aumenta dúvidas sobre a recuperação econômica do gigante asiático, que enfrenta novas ondas de casos de covid-19.
O Commerzbank, contudo, considera como "excessiva" a queda nos mercados de energia, tendo em vista um possível déficit na oferta em breve, baixas nos estoques e fortalecimento da demanda pelo petróleo.
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Ainda no radar, o Departamento de Energia (DoE) dos EUA divulgou nesta quarta que a produção de petróleo bruto americana aumentou em março para 12,696 milhões de barris por dia (bpd), a maior desde março de 2020. Em fevereiro, a média diária foi de 12,525 bpd.
Em relatório, a Rystad Energy analisa que a produção de petróleo bruto do crescente trecho de xisto da Argentina, Vaca Muerta, pode aumentar nos próximos ano, se a capacidade de retirada e a disponibilidade da plataforma não limitarem o crescimento.
Segundo a agência, se a produção for relativamente desimpedida, a produção de petróleo pode crescer realisticamente de 291 mil bpd em fevereiro de 2023 para mais de 1 milhão de bpd no segundo semestre de 2030.