Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo registravam alta nesta sexta-feira, em uma sessão marcada pela volatilidade, com os operadores avaliando a desaceleração do crescimento econômico, devido aos aumentos de juros, além dos cortes de oferta por parte de um importante grupo de países produtores.
Às 11h10 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 0,95%, a US$ 85,31 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,13%, a US$ 93,42 por barril, no mercado futuro.
O Brent deve encerrar a semana com uma alta de um pouco menos de 2%, com o WTI se valorizando 0,8%. Ambas as referências recuaram na semana passada.
O petróleo se afastou das máximas do primeiro trimestre, em vista do temor gerado pelo aperto das políticas monetárias por parte dos bancos centrais mundiais, a fim de combater a alta da inflação, o que poderia provocar uma recessão generalizada.
O CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34), Elon Musk, declarou nesta sexta-feira que, em sua visão, a recessão duraria até a primavera de 2024 nos EUA, após se mostrar preocupado com a demanda na China e na Europa.
A expectativa é que o Banco Central Europeu suba as taxas de juros em 75 pontos-base na semana que vem. Além disso, o presidente do Federal Reserve Bank da Filadélfia, Patrick Harker, declarou, na quinta-feira que o banco central dos EUA precisaria continuar elevando os juros, já que a inflação ainda está muito elevada.
No entanto, saíram algumas notícias positivas para os investidores do petróleo nesta semana.
A Bloomberg noticiou que as autoridades chinesas estavam considerando reduzir o período de quarentena de visitantes ao país, de dez para sete dias. Embora não tenha havido qualquer confirmação oficial dessa possível mudança, qualquer movimento no sentido de afrouxar as rígidas restrições à mobilidade no maior país importador de petróleo do mundo será bem recebida pelo mercado.
A China manteve sua política de Covid zero neste ano, aplicando fortes restrições a qualquer surto. Isso acabou afetando a atividade econômica e reduzindo a demanda por combustível.
Além disso, os estoques de petróleo nos EUA registraram uma queda inesperada na semana passada, indicando que o consumo nesse importante mercado permaneceu estável, apesar das dificuldades enfrentadas pelos consumidores por causa da inflação.
Pelo lado da oferta, o governo Biden pretende liberar mais 15 milhões de barris da Reserva Petrolífera Estratégica dos EUA, o que teve pouco impacto, dado que tal injeção de oferta será em grande parte compensada pelo corte de 2 milhões de barris por dia na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+.
Na Europa, a Alemanha cedeu à pressão da União Europeia para estabelecer um teto de preços para o gás natural neste inverno, com o chanceler Olaf Scholz retirando sua oposição aos planos durante uma longa reunião com outros líderes, a qual continuará hoje.
O tabelamento agora tem boas chances de ser finalizado na reunião de ministros de energia na terça-feira.
Essa é a mais recente medida tomada pelos países ocidentais, a fim de pressionar Moscou, após sua invasão na Ucrânia. O G7 concordou, no mês passado, a estabelecer um teto baixo para as vendas de petróleo da Rússia a partir de 5 de dezembro.
O número de sondas da Baker Hughes e os dados de posicionamento da CFTC encerram a semana.