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Petróleo preocupado se Covid 'roube' narrativa sobre demanda; ouro aguarda Fed

Publicado 25.07.2021, 08:28
Atualizado 25.07.2021, 17:26
© Reuters

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Por Barani Krishnan

Investing.com -- Enquanto a atenção do mundo foi capturada pela oscilação épica nos preços do petróleo esta semana, quando o petróleo WTI despencou 7,5% na segunda-feira para se recuperar por completo até a sexta-feira, um outro mercado de energia avançou 11% na semana, sem no entanto mal fazer uma marola.

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O gás natural encerrou a semana a mais de US$ 4 por mmBtu, ou milhões de unidades térmicas britânicas métricas, a primeira vez desde dezembro de 2018. Isso é extremamente importante no mundo do aquecimento/resfriamento e da geração de energia, que é o principal uso do gás natural nos Estados Unidos.

Mas o natty, apelido do gás natural na indústria, também é o diminuto primo do WTI, referência do petróleo nos EUA.

No fechamento de sexta-feira, o interesse aberto no contrato de setembro mais ativo do natty era de cerca de 338.000 lotes. Multiplique isso por 1.000 unidades por lote, com o valor médio atual de US$ 4 por unidade, e você chega a US$ 1,4 bilhões. Esse é o tamanho da posição de um mês no gás natural dos EUA.

O WTI, por outro lado, tinha 476.000 lotes de interesse aberto em seu contrato de setembro mais ativo, até o fim da semana. Multiplique isso por 1.000 barris por lote, próximo ao preço médio atual de US$ 70 cada, e você chega a US$ 33 bilhões.

Agora, fica claro porque um mercado de energia chega tanto às manchetes enquanto o outro praticamente domina o mundo das commodities.

Também há outra razão para isso: o preço.

Os preços do petróleo, incluindo o do Brent, referência global do petróleo baseado em Londres, respondem rápida e, muitas vezes, drasticamente aos acontecimentos mundiais. Os preços do gás natural, em contrapartida, são orientados por fatores regionais e dificilmente estão ligados ao mercado internacional, apesar do GNL, ou gás natural liquefeito, ser exportado em todo o mundo.

Apesar do seu valor e importância minúsculos em relação ao petróleo, o natty está tendo um ano fenomenal. No ano, ele teve alta de 60%, pouco atrás da gasolina, o principal combustível dos EUA, que ao final da semana apresentava ganhos acima dos 63% no ano. Os mercados de petróleo bruto, entretanto, apresentam um desempenho inferior ao gás natural, com avanço de 49% no WTI no ano depois da volatilidade deste mês, e o Brent avançando 43%.

A trajetória ascendente do natty, entretanto, pode estar longe de ter terminado. O calor recorde nos Estados Unidos está gerando uma demanda extraordinária por aparelhos de ar condicionado neste verão, em meio a dificuldades persistentes na produção de gás natural.

A demanda por energia a gás deve subir nos próximos dias, quando a onda de calor nos EUA deve atingir um novo pico na quarta-feira, disse Dan Myers, analista na consultora do mercado de gás Gelber & Associates, sediada em Houston.

"Com base nas atuais previsões de temperatura, que têm se mantido relativamente estáveis hoje, a demanda por energia a gás deve um dia chegar a níveis acima de 45 bcf/d e ultrapassar os patamares do final de junho", disse Myers.

"A demanda por gás no setor energético teve um enorme aumento neste verão e continua a manter uma parcela maior que a esperada do mix de geração".

Como consequência direta dos preços do gás, as tarifas de eletricidade também estão aumentando.

O gás já está dominando o mix de combustíveis de serviços públicos regionais, incluindo a MISO (Midcontinent Independent System Operator), a SPP (Southwest Power Pool), a PJM (Pennsylvania-New Jersey-Maryland) e a ERCOT (Electric Reliability Council of Texas).

Desde a recuperação de uma paralisação no processamento no início deste mês no noroeste, a produção de gás não mostrou qualquer aumento significativo e continua presa na faixa de 90-91 bcf, ou bilhões de pés cúbicos, por dia.

O suprimento médio semanal de gás seco permanece relativamente estável, em cerca de 90.7 bcf por dia, com pouca alteração projetada nos relatórios semanais de estoques publicados todas as quintas-feiras pela EIA, a Energy Information Administration ou Administração de Informações de Energia.

O carvão, mais barato, é o combustível para o qual as empresas de serviços públicos normalmente utilizam quando pressionadas pelo custo do gás natural. Mas a aposentadoria de múltiplas minas de carvão e a falta de energias verdes, como a eólica, têm dificultado a capacidade das empresas de serviços públicos de fechar o gás.

Porém, a parcela no mix de combustíveis ainda é notavelmente inferior que na mesma época do ano passado, enquanto a do carvão já ultrapassou o pico do verão anterior.

A geração eólica continua reprimida e segue pressionando a geração térmica (carvão e gás) para suprimir o déficit.

Embora geração tanto de carvão como de gás vão subir com o aumento das temperaturas na próxima semana, é provável que o gás seja novamente mais utilizado para cobrir o pico de carga elétrica da próxima semana, apesar dos preços mais elevados.

Resumo do mercado e dos preços do petróleo

O WTI realizou uma negociação final pré-fim de semana a US$ 72,17, depois de ter fechado o pregão de sexta-feira com alta de US$ 0,16, ou 0,2%, a US$ 72,07 por barril. Na semana, o WTI teve aumento de 0,4%.

O Brent realizou uma negociação final pré-fim de semana a US$ 74,20 depois de subir US$ 0,31, ou 0,4%, para encerrar a sexta-feira a US$ 73,59. Na semana, o Brent teve queda de 0,7%.

O petróleo prolongar ganhos após começar a semana com a mais queda em 16 meses, deixando os longs do mercado abalados, embora ilesos.

O que os touros do petróleo precisam esperar nas próximas semanas é que o consumo de gasolina nos EUA não recue de forma significativa, de modo a permitir que os relatos de aumento de casos de Covid em função da variante delta sequestrem a narrativa da demanda.

O mergulho de 7,5% do WTI na segunda-feira foi o primeiro despertar rude em dois meses para os longs no mercado. Nesse período, conseguiram fazer os preços subir em 25% com base no sucesso da OPEP+ em eliminar o excesso de petróleo acumulado ao longo da pandemia e criar o chamado aperto do petróleo - ou um fornecimento implícito abaixo dos níveis sazonais de cinco anos.

A OPEP+ - grupo de 23 nações que reúne os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, além de 10 outros produtores liderados pela Rússia — afirmou na semana passada que irá aumentar a oferta em 2 milhões de barris, de agosto a dezembro.

Embora tenha sido o primeiro grande aumento de produção por parte do grupo que anteriormente tinha cortado 10 milhões de barris por dia no auge da pandemia, a manobra da OPEP+ de qualquer forma causou agitação entre os investidores em meio a uma aversão ao risco na segunda-feira que atingiu os mercados de ações e quase todos os outros ativos de risco.

"Precisamos perceber que grande parte da demanda por petróleo que está sendo elogiada agora está represada por uma coisa: a gasolina dos EUA", disse John Kilduff. "A menos que o combustível de aviação decole com força com o reinício das viagens globais, a demanda pode ser mais implícita do que real. Se a gasolina, por qualquer razão, não tiver o desempenho esperado, o petróleo poderá ter um problema real".

Calendário dos mercados de energia

Segunda-feira, 26 de julho

Dados dos estoques de Cushing da avaliadora Genscape

Terça-feira, 27 de julho

Relatório semanal de estoques de petróleo do American Petroleum Institute.

Quarta-feira, 28 de julho

Relatório semanal da EIA sobre estoques de petróleo bruto

Relatório semanal da EIA sobre estoques de gasolina

Relatório semanal da EIA sobre estoques de destilados

Quinta-feira, 29 de julho

Relatório semanal da EIA sobre estoque de gás natural

Sexta-feira, 30 de julho

Pesquisa semanal da Baker Hughes sobre plataformas de petróleo dos EUA

Mercado de ouro e resumo dos preços

Os longs de ouro, agarrando-se à faixa dos US$ 1.800, assistiram a primeira perda semanal do metal amarelo em cinco semanas, permanecendo desconectado das expectativas de inflação estável nos Estados Unidos.

Uma semana volátil nos mercados de risco, culminando em ganhos desproporcionais em ações, também deixou os portos seguros, como o ouro, marginalizados.

"O ouro está mais ameno com o despertar do apetite pelo risco, com o índice S&P 500 atingindo um novo recorde de máxima intraday na sequência de resultados robustos, e os rendimentos do Tesouro parecendo prestes a fechar perto da máxima desta semana", observou Ed Moya, chefe de pesquisa para as Américas na corretora OANDA.

O futuro do ouro de um mês negociado na Comex de Nova York realizou uma negociação pré-fim de semana a US$ 1.801,90 por onça, depois de ter fechado em queda de US$ 3,60, ou 0,2%, a US$ 1.801,80.

Na semana, os futuros do ouro recuaram 0,8%, após avançar 2,6% ao longo das quatro semanas anteriores.

O ouro também tem uma semana incerta devido ao período de proibição de discursos para dirigentes do Federal Reserve, às vésperas da reunião de política monetária do banco central de 27 a 28 de julho.

A convicção tornou-se uma mercadoria rara no mercado do ouro, uma vez que o investidor médio de longo prazo tentou manter-se fiel ao metal em meio às agruras dos últimos seis meses.

Desde janeiro, o ouro está numa rota difícil que na verdade começou em agosto do ano passado - quando saiu de máximas históricas acima dos US$ 2.000 e se lateralizou por alguns meses, antes de tropeçar para uma queda sistêmica a partir de novembro, quando os primeiros avanços na eficácia da vacina contra a Covid-19 foram anunciados. Em determinado momento, o ouro atingiu um nível mínimo em cerca de 11 meses, a menos de US$ 1.674.

Depois de parecer quebrar esse feitiço negro com uma retomada para US$ 1.905 em maio, o ouro assistiu uma nova rodada de vendas curtas que o arrastou de volta ao patamar dos US$ 1.800, antes de falas sobre aperto monetário por parte do Federal Reserve o terem derrubado ainda mais, para patamares de US$ 1.750.

Para fins de registro, o Fed indicou que espera dois aumentos antes de 2023 que levarão as taxas de juros para 0,75%, a partir do patamar de superbaixa da pandemia, de zero a 0,25%. Ele não estabeleceu um calendário para a redução ou congelamento total dos US$ 120 bilhões em títulos e outros ativos que vem comprando desde março de 2020, para apoiar a economia durante a crise da Covid.

Além disso, o status do ouro como uma cobertura contra a inflação se perdeu em parte, apesar dos triliões de dólares em gastos públicos desde o início da pandemia.

Enquanto isso, o indicador de inflação preferido do Fed, o índice de despesas de consumo pessoal, cresceu a uma máxima plurianual de 3,4% nos 12 meses até maio.

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

Últimos comentários

Agora só vejo Alta!
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ouro vai avacalhar, descer morro a abaixo frente ao dólar
não faz nenhum sentido.
Ele sempre faz isso. Quando você espera que ele suba... Vão lá e derrubam ele no chão.
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