Por Peter Nurse
Investing.com — Os preços do petróleo operavam em alta nesta segunda-feira, recuperando-se desde que tocaram os níveis mais baixos em nove meses, em razão de dúvidas quanto à imposição de um teto de preços ao petróleo da Rússia por parte da União Europeia.
Às 11h05 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 1,23%, a US$ 79,66 por barril, enquanto o Brent se valorizava 0,94%, a US$ 85,75 por barril, no mercado futuro. Ambos os contratos chegaram a atingir seus níveis mais baixos desde janeiro, ao cair cerca de 5% na sexta-feira.
A Comissão Europeia, braço executivo do bloco, reuniu-se com os estados membros, no fim de semana, no intuito de selar um compromisso quanto a um pacote de medidas restritivas para punir a Rússia por sua invasão na Ucrânia.
No entanto, a Bloomberg noticiou que os países da UE não estão conseguindo chegar a um acordo em torno do tabelamento de preços ao petróleo russo, com Chipre e Hungria entre os países que expressaram oposição à proposta.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, provocou uma escalada da situação no leste europeu, na semana passada, ao anunciar uma “mobilização parcial” de tropas e realizar “referendos” de anexação de territórios da Ucrânia sob sua ocupação.
O sentimento no mercado petrolífero, entretanto, continuava abalado, devido ao agressivo aperto monetário de vários bancos centrais, com destaque para o Federal Reserve dos EUA, na tentativa de controlar a inflação em níveis históricos, às custas do crescimento futuro.
Em reação ao aperto monetário implementado pelo Fed, o dólar passou a se valorizar contra a maioria das divisas. O índice dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de outras moedas, saltou até a máxima de 20 anos na segunda-feira.
A força do dólar tende a conter a demanda por commodities, inclusive o petróleo, já que são denominadas na moeda americana e ficam mais caras para compradores estrangeiros.
As atenções estão voltadas para a reunião de 5 de outubro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, que concordou em realizar um corte simbólico de oferta em sua última reunião.
“O grupo deixou claro, nos últimos meses, que poderia intensificar suas ações, em vista da aparente desconexão entre o mercado físico e de papel”, afirmaram analistas do ING, em nota. “Se isso não acontecer, o mercado tende a atingir níveis que comecem a gerar desconforto na Opep+. O grupo irá se reunir na semana que vem. Essa reunião pode fornecer sinais interessantes”.
Os últimos dados de posicionamento no petróleo mostravam que os especuladores aumentaram suas posições líquidas de compras em ambos os contratos na terça-feira.
No entanto, “esse movimento foi exclusivamente motivado por cobertura de vendas, e não por novas compras entrando nos mercados. Em razão da fraqueza no mercado desde terça-feira, os especuladores devem ajustar essa posição”, acrescentou o ING.