Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo se recuperavam nesta terça-feira, após iniciarem o dia em queda, diante das persistentes preocupações com as perspectivas de queda do crescimento mundial em importantes regiões econômicas, o que poderia prejudicar o cenário de demanda.
Às 11h41 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 1,22%, a US$ 85,61 por barril, enquanto o petróleo Brent se valorizava 1,02%, a US$ 92,11 por barril, no mercado futuro.
Sinais de incerteza na atividade econômica dos Estados Unidos e da China, os dois maiores países consumidores de petróleo do mundo, bem como no grande mercado europeu, contribuíram para a queda inicial dos preços na terça-feira.
Divulgado com atraso, o Produto Interno Bruto da China para o terceiro trimestre ficou bem abaixo da meta de 5,5% do Partido Comunista, principalmente por conta da sua duradoura política de Covid zero, enquanto o PMI composto da S&P Global referente a outubro mostrou que a atividade comercial nos EUA registrou uma contração pelo quarto mês consecutivo.
Na Europa, quase uma em cada quatro empresas da Alemanha em busca de novos empréstimos estão enfrentando dificuldades para obter crédito, de acordo com uma pesquisa publicada nesta semana pelo Ifo Institute, número mais alto desde 2017.
O CEO do Goldman Sachs (NYSE:GS), David Solomon, disse, na terça-feira, que acredita que uma recessão nos EUA é “mais provável”, enquanto a Europa já pode estar enfrentando uma.
Pelo lado da oferta, a pouca disponibilidade de gás natural liquefeito no mercado mundial e os cortes de oferta dos principais produtores petrolíferos está fazendo o mundo entrar na “primeira crise energética verdadeiramente global”, de acordo com o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia, na terça-feira.
Fatih Birol classificou como “arriscada” a recente decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e de seus aliados, grupo conhecido como Opep+, de cortar 2 milhões de barris por dia de produção.
“Isso é muito arriscado, na medida em que diversas economias ao redor do mundo estão à beira de uma recessão, o que torna a decisão bastante infeliz", declarou.
Ainda assim, Birol revelou que os membros do grupo têm “enormes” reservas petrolíferas disponíveis para realizar mais uma rodada de liberações, se necessário, a fim de amenizar as restrições de oferta.
As últimas estimativas de estoques petrolíferos nos EUA por parte do Instituo Americano do Petróleo serão divulgadas ao longo do dia, e a expectativa é que tenha ocorrido um aumento nesta semana, após a surpresa com a queda de 1,3 milhão de barris na semana passada.
“Tudo indica que os preços de energia continuarão caindo”, declarou Simon White, estrategista macro da Variant Perception, empresa de consultoria de investimentos muito respeitada. “Os mercados de commodities, como o petróleo, são destinatários marginais do excesso de liquidez (crescimento monetário real menos crescimento econômico). Um fraco excesso de liquidez indica que os preços do petróleo devem seguir caindo nos próximos seis meses”.