Investing.com – Os preços do petróleo se recuperavam nesta sexta-feira, 5, mas ainda assim devem terminar a semana no vermelho, devido a preocupações com o crescimento dos EUA e uma retomada mais fraca da economia da China, prejudicando a demanda mundial da commodity.
Às 11h46 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 4,01%, a US$ 71,31 por barril, enquanto o Brent se valorizava 3,68%, a US$ 75,17 por barril, no mercado futuro.
Apesar desses ganhos, o mercado deve fechar a terceira semana consecutiva em queda, a mais longa sequência de perdas deste ano, com o Brent negociado em Londres recuando mais de 6% na semana e o WTI negociado na Nymex se desvalorizando 8%.
"O sentimento claramente continua negativo, o que sugere que pode haver alguma queda adicional no curto prazo, embora esperássemos que o mercado encontrasse um bom suporte perto das mínimas de março em torno de US$70 por barril", escreveram analistas do ING em nota.
"O mercado está em território sobrevendido, e nosso balanço ainda mostra que o mercado estará em déficit ao longo do segundo semestre de 2023, o que pode impulsionar os preços."
O mercado petrolífero vem sendo afetado por preocupações cada vez maiores com a economia dos EUA, principal país consumidor de energia do mundo, a qual, segundo alguns analistas, pode entrar em recessão em breve, devido ao forte aperto monetário do Federal Reserve.
O Fed elevou os juros novamente no início desta semana e, embora o banco central dos EUA tenha indicado que poderia fazer uma pausa em junho, é possível que o dano já tenha sido causado, especialmente diante da turbulência no setor bancário.
O último relatório de empregos no país, divulgado nesta sexta-feira, mostrou que foram criados 253.000 postos de trabalho em abril, mais do que o esperado, mas os empregos criados nos dois meses anteriores foram revisados para baixo em quase 150.000 postos no total.
Na Europa, o Banco Central Europeu também elevou os juros nesta semana e indicou mais aumentos pela frente, enquanto, na China, uma pesquisa privada mostrou que o crescimento do setor de serviços do país teve uma desaceleração inesperada em abril.
Essa leitura, combinada com uma contração inesperada na indústria manufatureira, aumentou as preocupações de que a recuperação econômica pós-pandemia no maior importador mundial de petróleo esteja perdendo força.
A Arábia Saudita reduziu seus preços oficiais de venda para todas as variedades do seu petróleo vendido para a Ásia a partir de junho, no início desta semana, sugerindo que a demanda continua fraca.
O recuo desta semana ocorre apesar do corte voluntário de produção de pouco mais de 1 milhão de barris por dia pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, a partir do início de maio.
Estão começando a crescer as expectativas de que a Opep+ será forçada a realizar mais cortes de produção, sobretudo depois que foi anunciado que a próxima reunião do cartel em junho, em Viena, será realizada presencialmente.
"A última vez que o grupo realizou uma reunião presencial foi em outubro do ano passado, quando anunciou que reduziria as metas de produção em dois milhões de barris por dia", acrescentou o ING. "Claramente, se a tendência atual de queda nos preços continuar, o grupo provavelmente seria forçado a reduzir ainda mais a oferta”.
A semana se encerra com a divulgação do número de sondas em operação nos campos petrolíferos dos EUA, pela Baker Hughes, e dados de posicionamento no petróleo, da CFTC.