Investing.com - A Arábia Saudita e a Rússia chegaram a um acordo para estender os atuais cortes de produção e exportação de petróleo até o fim de 2023. A expectativa é que a medida consiga estabelecer um suporte mais firme para a commodity ao longo do ano.
Como resultado desse acordo, os preços do petróleo atingiram seu nível mais alto em dez meses e estão atualmente em um período de consolidação.
A Arábia Saudita pretende prolongar, até o fim do ano, os cortes adicionais de 1 milhão de barris por dia na produção, os quais tiveram início em julho passado.
Enquanto isso, a Rússia comprometeu-se a continuar restringindo suas exportações petrolíferas em 300.000 barris por dia, medida que entrou em vigor neste mês e também será mantida até o fim do ano.
Os especialistas da Roth MKM comentaram que esse período de extensão é um pouco mais longo do que o esperado. Eles ressaltaram que tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia vinham revisando os cortes mensalmente, razão pela qual a extensão de três meses por ambos acabou surpreendendo. “Nossa expectativa é que os preços do petróleo permaneçam bem sustentados no quarto trimestre de 2023 e que os estoques globais continuem caindo pelo resto do ano”, escreveram em um relatório enviado aos clientes.
Já o banco ING decidiu manter suas previsões de preço inalteradas por enquanto, mesmo com a notícia de extensão dos cortes de produção. Os estrategistas da instituição justificaram a decisão citando preocupações contínuas com a demanda global e o aumento da produção no Irã.
“O Irã está produzindo quase 3,1 milhões de barris por dia e pretende elevar sua produção para cerca de 3,4 milhões de barris por dia”, afirmaram. “Nesse ínterim, nossa análise de balanço de petróleo indica um pequeno excedente no primeiro trimestre de 2024, o que deve limitar os aumentos de preço.”
O ING (AS:INGA) mantém sua projeção de que o preço médio do barril de Brent no quarto trimestre de 2023 será de US$ 92.
Por outro lado, os especialistas do banco de investimento americano Goldman Sachs (NYSE:GS) não descartam a possibilidade de a cotação do petróleo atingir a marca de US$ 100 por barril, mas enfatizaram que esse não é o cenário mais provável neste momento.