Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo bruto eram negociados em alta na quinta-feira (29), subindo para seus níveis mais altos em sete semanas, impulsionados por novos sinais de uma recuperação econômica global, especialmente nos EUA, o maior consumidor mundial de petróleo.
Por volta das 11h20 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 1,4%, a US$ 64,78 o barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent subia 1,5%, para US$ 67,78.
Os futuros da gasolina dos EUA subiam 0,8% a US$ 2,0903 o galão.
A economia dos EUA se fortaleceu no primeiro trimestre de 2021 em um ritmo mais rápido do que o esperado, à medida que os bloqueios relacionados à Covid-19 começaram a diminuir. O Produto Interno Bruto cresceu a uma taxa anualizada de 6,4% no primeiro trimestre, de 4,3% no quarto trimestre de 2020, e mais rápido do que as previsões de consenso, de 6,1%.
Este relatório detalhou o crescimento mais forte no primeiro trimestre desde 1984, com a produção econômica total agora menos de 1% abaixo do pico do PIB pré-pandêmico.
Um relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou que outros 553.000 americanos entraram com pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana passada, um ponto baixo da era pandêmica.
Com a economia da China crescendo a um recorde de 18,3% no primeiro trimestre em comparação com o ano passado e o governo da Alemanha elevando recentemente sua previsão de crescimento para a maior economia da Europa de 3% para 3,5%, o otimismo de que a demanda global de petróleo pode voltar a níveis pré-pandemia em um curto espaço de tempo está crescendo continuamente.
No início desta semana, especialistas técnicos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo previram que a demanda deve subir 6 milhões de barris por dia neste ano, enquanto o influente banco de investimentos Goldman Sachs espera que a demanda global de petróleo dê o maior salto já visto ao longo dos próximos seis meses, à medida que os preços sobem para cerca de US$ 80 o barril.
O otimismo do setor também foi ajudado pelas principais empresas de energia da Europa, que reportaram grandes aumentos nos lucros do primeiro trimestre, deixando para trás o pior da queda causada pela pandemia na demanda de combustível.
Com os preços de referência do petróleo se recuperando de uma baixa de abril de 2020 de US$ 16 o barril, a maioria das empresas conseguiu aumentar os lucros acima dos níveis observados antes da pandemia do coronavírus.
Outra boa notícia foi o relatório semanal da EIA, que mostrou alguns sinais positivos contínuos no que diz respeito à demanda dos EUA, com a utilização das refinarias no nível mais alto desde março do ano passado.
“O consumo de produtos refinados também melhorou, com a demanda implícita por produtos totais aumentando em 1,63MMbbls/d, deixando a demanda no nível mais alto desde meados de fevereiro”, disseram analistas do ING, em nota.
O único problema é o aumento de casos da Covid em partes do mundo que não instituíram programas de vacinação bem-sucedidos, especialmente na Índia.
“Embora a demanda pareça estar tendendo na direção certa nos EUA, ainda há preocupações claras sobre o impacto que o aumento de casos da Covid-19 na Índia está tendo sobre a demanda de combustível”, acrescentou o ING.