Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo avançaram na terça-feira, à medida que mais sinais de aperto na oferta ofuscaram as preocupações com uma recessão global e os temores de que a demanda chinesa será afetada por restrições de mobilidade para o combate a novos casos de Covid.
Às 13:20, os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços para os EUA, eram negociados com alta de 1,12%, a US$ 122,28 por barril, enquanto o contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, subia 1,19%, para US$ 123,73 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 0,15%, a US$ 4,0412 por galão.
A oferta global tem sido atingida pelas proibições ao petróleo russo desde a invasão da Ucrânia em fevereiro, mas este aperto também tem sido agravado por uma queda nas exportações da Líbia, em meio a uma crise política que atingiu sua produção e seus portos.
Além disso, embora a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados tenham anunciado um aumento gradual na produção nominal, muitos dos membros do grupo estão enfrentando dificuldades para cumprir suas quotas de produção.
Isto significa que o mercado tem conseguido resistir às preocupações quanto a uma recessão global causada pelo aperto agressivo da política monetária dos bancos centrais para combater a disparada da inflação, além do mais recente surto de Covid na China.
Pequim, a capital do país, está no meio de três dias de testagem em massa para tentar conter o recente surto de casos de Covid, justo num momento em que as restrições no país começavam a ser flexibilizadas e a procura por combustíveis parecia se firmar.
Apesar destas preocupações com a China, a OPEP manteve a sua previsão de que a procura mundial por petróleo irá superar os níveis pré-pandemia em 2022, na sequência da publicação do seu relatório mensal no início da terça-feira.
O grupo manteve a sua previsão de que a procura mundial aumentaria em 3,36 milhões de barris por dia em 2022, reconhecendo, contudo, que a situação na Ucrânia, assim como os novos desdobramentos da Covid, representam riscos consideráveis.
"A resistência do petróleo em entrar em um selloff no contexto atual mostra como o mercado está preocupado com o aperto", afirmaram os analistas do ING, em relatório. "É pouco provável que estas preocupações diminuam tão cedo, dada a incerteza sobre a evolução do fornecimento de petróleo russo, a capacidade limitada da OPEP de aumentar significativamente a produção, além do limitado mercado de derivados enquanto seguimos verão adento [no hemisfério norte]".
As atenções devem ser voltar mais tarde para a divulgação dos dados semanais do inventário dos EUA pela entidade setorial American Petroleum Institute, antes dos números oficiais de quarta-feira da Energy Information Administration, em busca de pistas sobre a dimensão da limitação da oferta de petróleo e combustíveis no maior país consumidor do mundo.