Investing.com – O petróleo operava em queda nesta terça-feira, 30, devido a preocupações com o crescimento da economia global, principalmente nos EUA, maior país consumidor do produto no mundo, ofuscando o alívio em relação ao acordo sobre o teto da dívida pública no país.
Às 10h58 de Brasília, o petróleo norte-americano cedia 3,55%, a US$70,09 por barril, enquanto o Brent, que serve de referência para a Petrobras (BVMF:PETR4), se desvalorizava 3,48%, a US$ 74,42 por barril, no mercado futuro.
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O presidente norte-americano, Joe Biden, e o líder republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, anunciaram um acordo no fim de semana, após semanas de negociações tensas sobre o aumento do teto da dívida de US$ 31,4 trilhões.
O acordo deve elevar o limite de endividamento por dois anos, adiando as negociações geralmente tensas para depois da eleição presidencial de 2024, além de restringir alguns gastos do governo. Isso encerrou as preocupações com um possível calote dos Estados Unidos em suas obrigações, o que teria graves repercussões econômicas ao redor do mundo.
O acordo ainda precisa passar por ambas as casas do Congresso, profundamente dividido, mas as lideranças dos dois lados parecem confiantes em seu avanço.
A notícia, no entanto, não ajudou a animar o mercado petrolífero nesta terça-feira, diante do temor dos operadores de que, após a remoção dessa ameaça econômica, o Federal Reserve possa se sentir encorajado a aumentar os juros novamente em sua próxima reunião, em junho, o que poderia desaquecer a atividade econômica para combater a inflação.
Esse cenário acabou fortalecendo o dólar, que atingiu a máxima de dois meses na terça-feira, tornando o petróleo mais caro para os compradores estrangeiros.
Os operadores também estão preocupados com o vigor da recuperação econômica da China, maior importadora de petróleo do mundo, antes da divulgação de importantes dados sobre a indústria manufatureira e o setor de serviços em maio, previstos para quarta-feira.
Esses números devem mostrar se houve uma desaceleração maior da retomada econômica no país durante o mês, após uma sequência de indicadores fracos em abril.
O que também deve atrair a atenção dos participantes do mercado é a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) no fim de semana, após alguns sinais mistos da Arábia Saudita e da Rússia no sentido de realizar mais cortes de produção. O cartel e seus aliados reduziram inesperadamente a produção de petróleo em abril.
"Houve uma queda nas posições especulativas de venda no Brent na semana passada, após o aviso da Arábia Saudita, embora as posições vendidas no WTI tenham aumentado, não fornecendo nenhuma indicação clara sobre o sentimento do mercado", ressaltaram os analistas do ING em uma nota.
"A possibilidade de outro corte na produção pela Opep+ em sua reunião de junho parece ser pequena por enquanto, mas não pode ser descartada completamente."