SÃO PAULO (Reuters) -O plantio de milho primeira safra do Paraná na temporada 2022/23 atingiu até segunda-feira 22% da área total estimada para o Estado, de 406,4 mil hectares, em ritmo acelerado pelas condições de umidade, apontou nesta terça-feira levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo.
Até a semana passada, produtores paranaenses tinham semeado apenas 7% da área.
"As condições de clima são favoráveis, principalmente na região sul do Estado, e isso acelerou o plantio do milho primeira safra. Neste momento, temos condições ideais de umidade para o plantio", afirmou Edmar Gervásio, especialista do Deral.
O Paraná recebeu chuvas próximas da média histórica nos últimos sete dias, principalmente no centro-sul do Estado, segundo dados meteorológicos do terminal Eikon, da Refinitiv. Ao norte paranaense, as precipitações foram mais escassas.
O Estado, assim como outros produtores de grãos do Brasil, planta mais milho na segunda safra, uma vez que a maioria dos agricultores se dedica à soja na primeira.
O plantio da soja pode ocorrer a partir de 10 de setembro no Paraná, segundo critérios definidos pelo vazio sanitário, estabelecido para evitar propagação do fungo da ferrugem.
A meteorologia aponta mais chuvas para os próximos sete dias, especialmente no centro-sul do Paraná, o que deve favorecer a implantação das primeiras lavouras de soja de 2022/23, segundo dados do Eikon.
TRIGO
Já a colheita de trigo do Paraná, um dos principais produtores do Brasil, avançou para 12% da área, processo que deve ajudar a regularizar a oferta para moinhos, que lidam com custos elevados. Na semana anterior, os trabalhos estavam em 5%.
Segundo o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho, as chuvas são uma "ameaça" para a qualidade do trigo que está perto de colheita, mas não são um problema neste momento, uma vez que produtores anteciparam o que puderam antes de as precipitações ficarem mais frequentes.
Ele disse que, embora tenha ocorrido "manutenção" numérica das condições ante a semana anterior, isso aconteceu em meio à colheita de parte das lavouras que estavam "ruins" há uma ou duas semanas, no norte.
"Agora, esses 3% ruins se concentram mais no sudoeste/oeste, em função da geada", acrescentou.
O Estado tem 78% das áreas de trigo em boa condição, enquanto 19% está em média, segundo o Deral.
(Por Roberto Samora; edição de Nayara Figueiredo)