Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja no Brasil avançou para 22,8% da área estimada no país na safra 2019/20, tirando um atraso inicial ante a média histórica para o período, após chuvas atingirem especialmente o Mato Grosso, informou nesta sexta-feira a consultoria Arc Mercosul.
Em uma semana, o plantio aumentou 13,3 pontos percentuais, ficando levemente acima da média de 22,7% para esta época do ano, segundo dados da Arc Mercosul.
No entanto, os trabalhos ainda estão atrasados frente ao mesmo período do 2018, quando o maior exportador global de soja havia plantado 35,9% da área projetada, beneficiado por mais chuvas do que neste ano.
"Essa semana o plantio de verão brasileiro ganhou ritmo, com o Mato Grosso liderando o avanço. As chuvas estão voltando, gradativamente, a se regularizar pelo centro-sul do Brasil", afirmou o diretor da Arc Mercosul, Matheus Pereira, à Reuters.
Quanto mais acelerado o plantio de soja, melhor é a janela climática para a semeadura da segunda safra de milho e algodão.
Contudo, algumas áreas de importantes produtores, como o Paraná e Goiás, ainda não receberam chuvas em volumes necessários para regularizar o plantio, comentou Pereira.
"Infelizmente, ainda há regiões no oeste do Paraná, centro-norte de Goiás, oeste da Bahia que não receberam precipitações o suficiente para manter os trabalhos de campo. No Paraná, especialmente, as taxas de replantio serão altíssimas", declarou.
A Reuters reportou na semana passada ocorrências de replantio no Paraná, algo que eleva custos para os produtores.
A consultor afirmou que nos dez primeiros dias de novembro um padrão de chuvas escassas, estratificadas e irregulares volta a estacionar sobre os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e toda a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), "desacelerando o plantio novamente".