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SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja 2025/26 do Brasil alcançou 3,2% da área estimada até a última quinta-feira, contra 0,9% uma semana antes e 2% um ano atrás, com chuvas favorecendo os trabalhos, segundo levantamento divulgado pela consultoria AgRural nesta segunda-feira.
O desenvolvimento da semeadura no país, maior produtor e exportador global de soja, deve prosseguir nesta semana nas áreas que receberam os maiores volumes de precipitações, já que há indicação de tempo mais seco nos próximos dias na região central do Brasil.
"Apesar das chuvas da semana passada, elas foram manchadas. Algumas regiões como oeste do Paraná, oeste e Médio-Norte de Mato Grosso, sul de Mato Grosso do Sul receberam os melhores volumes. Nessas regiões, onde houve os melhores volumes, o produtor deve seguir semeando", disse o analista da AgRural Adriano Gomes.
Mas, segundo ele, em "áreas que receberam menores volumes ou zero (de chuva), os trabalhos devem perder ritmo, ou ainda o produtor deve esperar a umidade para começar o plantio".
Um plantio precoce é desejado principalmente por produtores que vão fazer na mesma área a segunda safra de milho ou algodão, que acabam tendo uma melhor janela climática quando a soja é colhida mais cedo.
De acordo com Gomes, no principal Estado produtor de soja, Mato Grosso, as regiões sul e leste tiveram chuvas mais manchadas (não generalizadas) e também de menor volume. Nessas áreas, "o plantio foi feito somente onde teve um melhor acumulado, portanto, para o plantio seguir precisa de uma nova rodada de chuvas", comentou.
Em Mato Grosso do Sul, o trabalho começou apenas na porção sul. "E também o plantio deve seguir em áreas que tiveram um melhor acumulado na semana passada."
De acordo com a consultoria, a semeadura nesta fase inicial foi puxada pelo Paraná, com mais de 10% da área plantada, mas o "Mato Grosso ganhou mais velocidade".
O plantio em Mato Grosso atingiu 5,97% da área total até sexta-feira, segundo levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), marcando avanço significativo em relação ao mesmo período do ano passado, quando as chuvas para a semeadura atrasaram.
Para outra consultoria, a Pátria AgroNegócios, a semeadura neste início de safra de soja do Brasil está no ritmo mais rápido da história para o período, com mais de 4% da área projetada, informou a empresa na sexta-feira.
Já o plantio da primeira safra de milho 2025/26 na região centro-sul alcançou 32% da área projetada, contra 25% uma semana antes e 30% no mesmo período do ano passado, segundo a AgRural.
CLIMA AQUÉM DO IDEAL
Em boletim nesta segunda-feira, o agrometeorologista da Rural Clima Marco Antonio dos Santos disse que, apesar da ocorrência de chuvas, as condições climáticas estão "aquém do ideal" para parte dos produtores.
"Alguns já iniciaram (o plantio), porém com certo medo, já que o tempo abriu e não há previsões de tantas chuvas", afirmou ele.
Nos próximos dias, as chuvas estarão mais concentradas no Sul do Brasil e sul de Mato Grosso do Sul, apontou a Rural Clima.
Mas na faixa central do país não há previsão de chuvas nos próximos dez dias, acrescentou Santos, reafirmando que somente após o dia 10 de outubro as precipitações vão "retornar de fato".
Santos comentou também uma anomalia das temperaturas nas próximas duas semanas, citando que elas serão "extremamente altas". "Somente para o final do mês de outubro começam a perder intensidade pela entrada das frentes frias."
(Por Roberto Samora, Letícia Fucuchima e Gabriel Araujo)