Por Barani Krishnan
Investing.com – Os preços da platina podem atingir US$ 1.500 por onça-troy até o final do ano, devido à crise de energia na África do Sul, onde apagões estão prejudicando uma das maiores operadoras de minas do mundo, de acordo com uma nota emitida pelo Bank of America aos clientes na quarta-feira, 22.
"O fornecimento de energia já é um problema antigo para as mineradoras sul-africanas", escreveram analistas do BofA (NYSE:BAC) Securities. "A situação energética no país ganhou destaque devido à frequência maior dos apagões em diversas regiões."
A África do Sul é uma importante fornecedora de platina, com uma participação de 75% no mercado global, o que explica, em parte, a resiliência dos seus preços nos últimos tempos, de acordo com a nota.
Depois de conversar com Robert Baxter, CEO do Conselho de Minerais da África do Sul, sobre a crise de energia vivida no país, o BofA afirmou que levará tempo para que a situação se normalize.
“Entre as alternativas para aliviar a pressão sobre a rede está a retomada de usinas em manutenção, o uso de aquecedores solares de água e a adoção de sistemas de painéis fotovoltaicos. No médio prazo, o setor privado poderia aumentar a capacidade do sistema”, declarou o BofA.
A estatal de energia Eskom precisa corrigir sua base de ativos e vender todas as concessões de capacidade de geração de energia que não pode operar, segundo o BofA, que complementou: “A autogeração de energia é uma solução crítica para as mineradoras”.
Como a expectativa é que a crise não seja resolvida tão cedo, o BofA disse estar otimista com uma grande alta nos preços da platina até dezembro.
"Dessa forma, continuamos otimistas em relação à platina e avaliamos que os preços podem subir até US$ 1.500/oz até o final do ano", declarou o banco.
Antes da abertura em Nova York, a platina era negociada acima de US$ 990 por onça no mercado futuro.