Preço de fretes em MT chega a dobrar em junho com escoamento do milho e custo de diesel

Publicado 21.07.2022, 17:04
Atualizado 21.07.2022, 17:11
© Reuters. Gasolina na bomba de um posto de combustível. REUTERS/Adriano Machado

Por Rafaella Barros e Nayara Figueiredo

(Reuters) - O valor do frete rodoviário em junho apresentou elevação em todas as praças de Mato Grosso, chegando a dobrar no comparativo anual, devido à concentração de caminhões para o transporte da segunda safra de milho aliada a repasses da alta do diesel, conforme dados do governo federal.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou nesta quinta-feira em boletim que na rota partindo do município de Sorriso para o Alto Araguaia (MT) o valor do frete passou de 75 reais por tonelada em junho de 2021 para 150 reais no mês passado.

Em relação a maio, este trecho também registrou a maior variação de preços, com aumento de 50%.

"Com a previsão de recorde na segunda safra de milho, já se observa grande deslocamento nas áreas de produção devido às retiradas do produto das lavouras e o escoamento até as unidades armazenadoras situadas nas fazendas, tradings, cooperativas e armazéns gerais", disse a Conab.

"Nota-se (também) expressiva elevação dos fretes para as cargas com destino aos portos de Paranaguá, Santos e mesmo Miritituba/Santarém, objetivando atender a forte pressão observada nos movimentos para exportação", acrescentou a estatal.

Nas rotas com destino ao porto de Santos (SP), os avanços nos preços do frete vão de 31% a 67% comparados a junho de 2021. Para Paranaguá (PR), as altas estão entre 38% e 48%. Já nos trajetos de Mato Grosso até o Arco Norte, as elevações são de 54% a 71%, em base anual.

A Conab ainda afirmou que em julho os preços do frete para Mato Grosso devem se manter ou até crescer, decorrentes de um conflito entre o escoamento da safra de soja e a colheita recorde de milho, visto que algumas transportadoras ainda precisam escoar a oleaginosa.

A produção de milho segunda safra deve alcançar quase 40 milhões de toneladas no Estado, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que também indicam que a colheita já superou 85% das áreas até a semana passada.

Ainda de acordo com a Conab, em Mato Grosso do Sul, os preços subiram em todas as praças em base anual, com reajustes de 17% a 68%.

Apenas duas de 26 rotas acompanhadas pela Conab em Mato Grosso do Sul tiveram redução no frete em junho, no comparativo mensal, de 1% e 9%.

Segundo a Conab, a soja teve grande movimentação em Mato Grosso do Sul, tanto para exportação quanto para o mercado interno, mas o aumento no ritmo da colheita do milho segunda safra no Estado vizinho acabou por diminuir a oferta de veículos locais.

No Paraná, por sua vez, apesar da frustração da safra de soja, já há escassez de veículos, que se deslocam rumo ao Centro-Oeste em função do milho. O resultado gerou reajustes entre 14% e 67% nos fretes do Estado na variação mensal.

"Os fretes a partir de agora, tanto da soja quanto do milho estão previstos apresentarem alta em todas as origens", afirmou a Conab sobre o Paraná.

Os custos do agronegócio dos transportes tendem a subir também pela própria inflação. Na quarta-feira, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou os novos valores da tabela dos pisos mínimos de fretes.

O reajuste se baseou no IPCA acumulado no período de dezembro de 2021 a junho de 2022, e na variação do preço médio do diesel S10, segundo a última pesquisa divulgada pela reguladora ANP.

Com isso, as tabelas de piso mínimo de frete terão um aumento médio que varia de 0,87%, para operações com veículo automotor de alto desempenho, a 1,96%, no caso de carga lotação.

Do ponto de vista de preços de combustíveis, o valor do diesel --o maior utilizado no Brasil-- tem sido influenciado pelas oscilações externas do petróleo, que foram impulsionadas pela guerra na Ucrânia. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel S10 terminou a última semana cotado a 7,58 reais por litro, alta de 39,7% no ano.

 

(Por Rafaella Barros e Nayara Figueiredo)

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