Preço médio do gás comprado pelas distribuidoras deve subir 17% em maio, estima Abrace

Publicado 27.04.2022, 16:24
Atualizado 27.04.2022, 16:25
© Reuters. Tanques de armazenamento de gás natural na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro 
07/10/2017
REUTERS/Pilar Olivares

SÃO PAULO (Reuters) - A disparada dos preços do petróleo Brent no primeiro trimestre do ano deve puxar um aumento de 17%, em média, dos preços de compra de gás natural pelas distribuidoras a partir de maio, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace).

Para a indústria brasileira consumidora de gás, o repasse do reajuste será menor, ficando em 9% em média, estimou a entidade, que reúne empresas responsáveis por mais de 40% do consumo industrial.

Segundo análise da Abrace, o preço do Brent teve uma alta de quase 30% entre janeiro e março deste ano, em meio à guerra na Ucrânia, o que impactou diretamente o preço da molécula de gás.

Mas a estabilidade de outros componentes do preço final de compra do gás, como os custos de transporte, deve impedir uma alta mais expressiva.

O diretor de gás da Abrace, Adrianno Lorenzon, observa que os aumentos variam entre Estados, a depender do mix de fornecimento das distribuidoras locais de gás canalizado, que começam a contar com outros supridores além da Petrobras (SA:PETR4).

Ele observa, no entanto, que a Petrobras continua dominante, atendendo cerca de 85% do mercado das distribuidoras, e que alguns supridores alternativos vêm adotando regras de reajuste semelhantes às da estatal.

Pelos cálculos da associação, a Comgás (SA:CGAS5) (SP) e a CEG (RJ) devem ver aumentos médios de 18% no preço de compra do gás a partir de maio. Já na Bahiagás, a alta seria de 12%.

"No Rio, tem ainda uma liminar (da distribuidora) contra os contratos da Petrobras... Os reajustes que vão acontecer são baseados nos contrato anteriores, se fossem nas novas condições colocadas pela Petrobras, o aumento seria maior ainda", comentou Lorezon.

Desde o início do ano, algumas distribuidoras conquistaram liminares na Justiça para impedir a aplicação de um reajuste da Petrobras em seus contratos de fornecimento de gás a partir de 2022.

A alta do preço do gás tem impacto nos custos do setor produtivo. Segundo a Abrace, o último reajuste de preços, aplicado em fevereiro, foi de 12%, em média. "Como a gente vem numa escalada do petróleo já há alguns meses, mesmo em fevereiro tivemos um aumento relevante."

Procurada, a Abegás, que representa empresas distribuidoras de gás canalizdo, não pôde comentar o assunto imediatamente.

(Por Letícia Fucuchima)

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