Petróleo recua com perspectiva de acordo na Ucrânia e novas sanções à Rússia

Investing.com – Os preços do petróleo caíram com força no pregão da Ásia nesta sexta-feira, devendo encerrar a semana no vermelho, enquanto investidores avaliavam uma proposta de paz para a Ucrânia apoiada por Estados Unidos e Rússia e acompanhavam a entrada em vigor de sanções adicionais contra gigantes do setor energético russo.

Às 7 h de Brasília, os contratos futuros do Petróleo Brent para janeiro recuavam 2,11%, cotados a US$ 62,03 por barril. O West Texas Intermediate (WTI) com o mesmo vencimento caía 2,47%, para US$ 58,38. Ambos acumulavam perda próxima de 3% na semana, em meio à retomada das exportações no principal terminal russo e ao aumento das preocupações com excesso de oferta global.

Zelenskiy avalia plano de paz mediado por EUA e Rússia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy confirmou ter recebido um plano de paz de 28 pontos elaborado conjuntamente por Washington e Moscou e disse estar disposto a analisá-lo rapidamente. Ele também planeja conversar com o presidente dos EUA, Donald Trump, nos próximos dias.

Segundo a Reuters, a proposta prevê que Kiev ceda toda a região de Donbas e reduza de forma acentuada suas forças armadas, condições vistas por aliados da Ucrânia como uma rendição prática.

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Para os traders, a disposição de Zelenskiy reduz o prêmio de risco geopolítico embutido nos preços do petróleo, já que um eventual acordo pode diminuir as interrupções no fornecimento russo.

Ao mesmo tempo, as sanções impostas pelos EUA às petrolíferas Rosneft e Lukoil passam a valer oficialmente nesta sexta-feira, após um período de adaptação. O impacto já é perceptível: compradores da Índia e da China vêm reduzindo o volume de aquisições de petróleo russo desde o anúncio das medidas.

Mercado reavalia chances de corte de juros pelo Fed

Outro fator de pressão veio dos dados de emprego dos Estados Unidos, divulgados com atraso na quinta-feira. O relatório mostrou a criação de 119 mil vagas em setembro, acima do esperado, embora a taxa de desemprego tenha subido para 4,4% e os números anteriores tenham sido revisados para baixo.

O resultado reduziu as apostas em um corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro, já que reforça a visão de que o banco central deve manter a política monetária restritiva por mais tempo, limitando a demanda por energia.

“Dada a recente postura mais dura do Fed e a ausência de novos dados relevantes até a reunião do Fomc em 10 de dezembro, é razoável supor que o próximo movimento só ocorra no início de 2026”, avaliaram analistas do ING em relatório.