Investing.com - Os preços do petróleo estavam voláteis nesta segunda-feira, com a incerteza sobre se a Rússia concordaria em estender os cortes na produção, com temores de conflito no Oriente Médio - tudo no contexto de uma disputa comercial entre os dois maiores consumidores de petróleo do mundo.
O preço dos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate para julho subiam 0,59%, para US$ 63,29 por barril, às 11h16 (horário de Brasília), ainda abaixo dos US$ 63,81 da maior alta de duas semanas e meia após os investidores apostaram nas últimas reviravoltas do conflito comercial EUA-China, amplamente visto como um dos maiores riscos para a economia mundial. Os futuros do petróleo Brent, a referência para os preços do petróleo fora dos EUA, tinham ganhos de 0,55% para US$ 72,61 por barril.
Os preços foram apoiados por um consenso em uma reunião no fim de semana em Jeddah, na Arábia Saudita, segundo a qual a OPEP, a Rússia e outros exportadores precisariam manter algum tipo de contenção de produção depois que o acordo atual expirar no final de junho. No entanto, o consenso sofreu um pequeno abalo pois existem notícias de que a Rússia sugeriu aumentar o teto de produção acordado em cerca de 700 mil barris por dia. O ministro russo do Petróleo, Alexander Novak, disse à Bloomberg que a extensão dos acordos atuais é apenas uma das várias opções em consideração.
O grupo concordou em janeiro em cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia (bpd) para impedir a formação de um novo excesso de oferta global.
O destino do acordo com a Opep + é fundamental para o mercado global de petróleo: os preços enfrentariam um duplo golpe se o acordo fosse quebrado completamente ao mesmo tempo em que a demanda global enfraquece devido ao conflito comercial entre EUA e China.
Dados da CFTC na sexta-feira indicaram que os fundos de hedge reduziram suas apostas nos preços mais altos do petróleo pela terceira semana consecutiva na semana passada.
No entanto, um fator que ainda suporta os preços é a discussão cada vez mais acirrada entre EUA e do Irã. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, acusou o presidente Donald Trump de distribuir "insultos genocidas" via Twitter no fim de semana, acrescentando que ele deveria "tentar respeitar".
Trump havia alertado também via Twitter, que “Se o Irã quer lutar, esse será o fim oficial do Irã. Nunca ameace os Estados Unidos novamente!”
A Rússia também está lutando com o óleo contaminado em seu pipeline de exportação, o que fez com que duas grandes empresas da Europa pedissem prestação de contas às empresas russas que forneciam o petróleo.
Em outros negócios de energia, os futuros da gasolina RBOB caíam 0,7%, para US$ 2,0314 o galão, enquanto o óleo de aquecimento recuava 0,6%, para US$ 2,0828 o galão. Os futuros de gás natural aumentavam 1,7%, para US$ 2,675 por milhão de unidades térmicas britânicas.