Por Stephanie Kelly
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo dispararam quase 5% nesta terça-feira, após notícias de que a Arábia Saudita fará cortes de produção voluntários e diante do aumento na tensão política internacional pela apreensão de um navio sul-coreano pelo Irã.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 2,51 dólares, ou 4,9%, a 53,60 dólares por barril. Já o petróleo dos Estados Unidos (WTI) avançou 2,31 dólares, ou 4,9%, para 49,93 dólares o barril.
A Arábia Saudita fará cortes adicionais voluntários de 1 milhão de barris por dia (bpd) à produção de petróleo em fevereiro e março. A medida faz parte de um acordo para convencer os produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados a manter o bombeamento estável em meio a preocupações de que novos lockdowns relacionados ao coronavírus afetem a demanda.
"A Arábia Saudita colocou a cereja no bolo, e se há uma forma de descrever o que esses cortes voluntários representam para o mercado, 'happy hour' é um termo bem propício", disse Bjornar Tonhaugen, chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy.
Um documento interno da Opep+ visto pela Reuters, datado de 4 de janeiro, destacou riscos baixistas e alertou que "a retomada de medidas de contenção da Covid-19 em todos os continentes, incluindo lockdowns totais, está afetando a recuperação da demanda por petróleo em 2021."
Enquanto isso, as tensões em torno da apreensão de um navio sul-coreano pelo Irã --um membro da Opep-- continuaram. Nesta terça, o Irã negou que estaria mantendo um navio sul-coreano e seus tripulantes como reféns, um dia após apreender o navio-tanque no Golfo em meio a pressões para que Seul libere 7 bilhões de dólares em fundos congelados por sanções impostas pelos EUA.
(Reportagem de Stephanie Kelly; reportagem adicional de Noah Browning, Shadia Nasralla e Florence Tan)