Por Kantaro Komiya e Yuka Obayashi
TÓQUIO (Reuters) - A Nippon Steel anunciou nesta sexta-feira que o presidente, Eiji Hashimoto, se tornará presidente-executivo (CEO) e presidente do conselho de administração a partir de 1º de abril, em um momento em que a maior siderúrgica japonesa pretende concluir acordo de compra da norte-americana US Steel.
O vice-presidente executivo, Tadashi Imai, e chefe da iniciativa da Nippon Steel para descarbonização, assumirá os cargos de presidente e vice-presidente de operações, informou a empresa.
No mês passado, Hashimoto assinou acordo de 14,9 bilhões de dólares para comprar a icônica siderúrgica norte-americana, mas enfrenta um caminho difícil pela frente, já que o sindicato United Steelworkers e alguns parlamentares dos Estados Unidos criticaram o negócio. A Casa Branca também prometeu um "exame minucioso" do acordo.
Para que Hashimoto possa ficar a par do negócio e de outros investimentos planejados, a Nippon Steel restabeleceu os títulos de presidente-executivo e vice-presidente de operações, que não existem na estrutura atual.
"Para manter a continuidade, manterei a responsabilidade da gestão como presidente-executivo por enquanto", disse Hashimoto a jornalistas.
Questionado sobre as perspectivas do acordo com a US Steel, Hashimoto reiterou que acredita que o negócio será concluído, uma vez que traz benefícios para os EUA, como um grande investimento e a tecnologia avançada que a Nippon Steel afirma possuir.
"Poderemos concluir o acordo se lidarmos cuidadosamente com várias questões, juntamente com a US Steel", disse ele.
Desde que assumiu o cargo atual em 2019, Hashimoto empreendeu uma reestruturação drástica, incluindo o fechamento de várias usinas domésticas, ao mesmo tempo em que mudou a fórmula de negociação com seus principais clientes do setor, como a Toyota, para que possa repassar rapidamente o aumento dos custos de matéria-prima para os preços de seus produtos.
No exterior, Hashimoto fez uma enxurrada de grandes investimentos, comprando duas siderúrgicas tailandesas e assumindo uma participação de 20% na unidade de carvão de coque da mineradora canadense Teck Resources.