Produção de carne bovina no Brasil recua no 1º tri apesar de alta de abates, diz IBGE

Publicado 11.06.2025, 17:11
Atualizado 11.06.2025, 17:15
© Reuters. Pedaços de carne em açougue no Rio de Janeiron26/11/2024 REUTERS/Ricardo Moraes

Por Roberto Samora e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção de carne bovina do Brasil recuou 1,9% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre, para 2,486 milhões de toneladas, apesar de um aumento na mesma comparação no total de animais abatidos, de acordo com dados publicados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento nos abates foi puxado por forte aumento de fêmeas abatidas, que são mais leves que os machos, o que resulta em menor peso na produção de carne. De outro lado, houve uma redução na oferta de bois para os frigoríficos.

A analista do IBGE responsável pelas pesquisas trimestrais da pecuária, Ângela Lordão, lembrou que o aumento da oferta de fêmeas no primeiro semestre do ano é um movimento sazonal esperado.

"Tradicionalmente, após o período da estação de monta, as fêmeas não produtivas, com falha de prenhez, idade avançada ou baixa performance, são identificadas e encaminhadas para o abate, elevando a participação desta categoria na oferta durante o 1° semestre", explicou ela.

O total de abates de machos e fêmeas somou 9,87 milhões de cabeças, o maior número já registrado para um primeiro trimestre e um aumento de 1,9% na comparação com o quarto trimestre, acrescentou o IBGE. Mas quase metade do total abatido foi de vacas e novilhas.

Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a alta nos abates foi de 4,6%, com a produção de carne avançando 2,2% na mesma comparação.

No primeiro trimestre, o peso médio de carcaças bovinas foi de 251,86 kg, variação negativa de 2,3% em relação ao trimestre equivalente de 2024, e redução de 3,7% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

Isso porque os abates de vacas saltaram 23,1% em relação ao quarto trimestre e 8,7% na comparação anual. De outro lado, os abates de bois tiveram queda de 14,5% e 1,7% nas mesmas comparações.

Quanto aos machos, observa-se uma queda na disponibilidade de animais prontos para o abate neste início de ano, comparado ao trimestre anterior, notou Lordão.

"Essa dinâmica é comum, pois o quarto trimestre é marcado pela saída dos confinamentos, resultando em um volume maior de bois abatidos e, consequentemente, uma menor oferta imediata no período subsequente", disse ela.

Para explicar os números, a analista também citou, além dos fatores sazonais, a redução do número de matrizes em produção, com o elevado abate de fêmeas nos últimos anos, implica em menos nascimentos de bezerros e, por conseguinte, uma menor disponibilidade de animais para o abate com o tempo.

FRANGOS E SUÍNOS

O abate de suínos no primeiro trimestre aumentou 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, mas registrou queda de 0,8% na comparação com o quarto trimestre de 2024, segundo o IBGE.

"Este resultado da produção do abate de suínos teve o melhor mês de janeiro, e significou o melhor primeiro trimestre da série histórica iniciada em 1997", destacou o IBGE.

Já o abate de frangos representou alta de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024 e aumento de 1% na comparação com o quarto trimestre de 2024, com impulso dos resultados dos "melhores meses de janeiro e fevereiro da série histórica iniciada em 1997".

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