PEQUIM (Reuters) - Os produtores de titânio da China disseram nesta quarta-feira que esperam uma demanda mais forte pelo metal leve após o lançamento de um novo modelo do iPhone da Apple (NASDAQ:AAPL) com revestimento do minério.
A produção do novo iPhone 15 Pro da Apple, revelado na terça-feira, aumentará a demanda por titânio entre 3% e 4% este ano, ou em até 10 mil toneladas, disse Zhao Wei, diretor de informações da filial Titanium Zirconium Hafnium da Associação da Indústria de Metais Não Ferrosos da China (CNIA, na sigla em iglês).
A China é responsável por mais de 60% das 240 mil toneladas métricas de titânio e ligas de titânio produzidas globalmente a cada ano, de acordo com a CNIA.
O uso de titânio pela Apple, em vez de um invólucro de aço inoxidável, também poderá desencadear uma demanda adicional, com outras empresas provavelmente seguindo seu exemplo, disseram Zhao e outros participantes do mercado.
A China também é o maior produtor de iPhones, com fabricações globais feitas pela Foxconn (TW:2354) a partir de uma enorme fábrica no centro da China.
Cerca de 40% do titânio é usado atualmente no setor químico e mais de 30% no setor aeroespacial. O setor de eletrônicos é responsável por menos de 10% da demanda, segundo Zhao, mas tem um grande potencial de crescimento.
O titânio já foi usado em pequenos volumes nos relógios da Apple, mas um contrato para fornecer a produção do novo modelo do iPhone é significativamente maior do que antes, disse um fornecedor que não quis ser identificado, alegando confidencialidade.
Um "monstro" dos produtos de consumo, como o iPhone, ajudará a ampliar a adoção do titânio em novos setores, substituindo materiais como o aço inoxidável, acrescentou.
A carcaça de titânio do novo iPhone é feita com uma liga conhecida como titânio grau 5, que também contém pequenas quantidades de alumínio e vanádio, de acordo com três produtores chineses de titânio.
A liga é conhecida por sua excelente resistência à corrosão, leveza e força, mas não pode ser produzida por todos os fornecedores, disse Zhao.
"Há uma barreira técnica para produzir ligas de titânio e empresas internacionais, como a Apple, exigem altos padrões. Portanto, não veremos o mercado lotado de recém-chegados".
(Por Ningwei Qin, Amy Lv, Siyi Liu e Dominique Patton)