Tarifaço mina política energética de Trump, diz chefe de consultoria

Publicado 10.07.2025, 16:39
© REUTERS Tarifaço mina política energética de Trump, diz chefe de consultoria

A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), de “criar uma nova ordem econômica mundial” tem causado instabilidade no mercado e feito o preço do petróleo tipo Brent cair “a ponto de inviabilizar a política energética do próprio Trump”, segundo o sócio-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires.

O economista afirmou ao Poder360 que o movimento terá consequências para a política “drill, baby, drill” (perfure, baby, perfure). O regime, que busca fomentar a produção nos EUA, será prejudicado porque, segundo Pires, extrair petróleo com a commodity custando menos de US$ 70 desestimula o setor.

“Trump sempre falou na campanha do drill, baby drill. Só que o petróleo abaixo de US$ 65 começa a inviabilizar o setor americano. A indústria americana vai ter problemas para produzir petróleo. Ele queria que se produzisse mais petróleo, mas para produzir petróleo nos Estados Unidos, o preço tem que estar em torno de pelo menos US$ 70″, disse.

O preço do petróleo opera com queda nesta 5ª feira (10.jul.2025) e estava em US$ 69 às 11h30, segundo o portal financeiro Investing. Mas o movimento, segundo Pires, é observado desde que o norte-americano adotou a atual política tarifária. Em janeiro de 2025, o preço da commodity estava em cerca de US$ 81.

A política está desestabilizando e questionando a ordem econômica mundial e, ao fazer isso, a economia se retrai, disse Pires. “O preço do petróleo está caindo porque a política tarifária do Trump está trazendo problemas, barreiras, dificuldades para que você tenha um crescimento econômico mundial”, afirmou.

TARIFAS DE 50% PARA O BRASIL

O impacto da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos, anunciado na 4ª feira (9.jul.2025) por Trump, deve ter impacto “limitado” no setor de óleo e gás do Brasil, segundo o BTG Pactual (BVMF:BPAC11).

O banco afirma em relatório que o Brasil exportou 18,8% da sua produção aos EUA em 2024, mas tem capacidade de “desviar o fluxo” para outros mercados. “Em 2024, as exportações brasileiras de petróleo e derivados para os EUA totalizaram US$ 7,6 bilhões, representando 18,8% de todas as exportações brasileiras para o país. Por sua vez, os EUA absorveram 13,4% do total das exportações brasileiras de petróleo e derivados. Para o setor de upstream, vemos impactos limitados, dada a capacidade de desviar o fluxo de exportação.”

Pires faz coro ao relatório do BTG Pactual e afirma que o petróleo brasileiro é “facilmente” deslocado para outros mercados além dos EUA. “A política tarifária do Trump não é exclusiva para o Brasil. Essa carta que ele mandou para o Brasil ontem, ele mandou para uma série de países. Obviamente, a diferença da carta brasileira é que cita lá a questão da política do Bolsonaro, do STF”, disse.

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