São Paulo, 19/04 - A representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Buenos Aires reduziu de 57 milhões para 51 milhões de toneladas sua estimativa para a produção de milho na Argentina em 2023/24. Segundo o escritório do USDA, o ajuste se deve ao aumento da incidência da cigarrinha-do-milho em áreas de cultivo. O inseto, que tende a se proliferar em condições quentes e úmidas, atua como vetor da doença conhecida como enfezamento pálido.
"Este é um surto em desenvolvimento, e os danos finais serão conhecidos assim que os últimos campos forem colhidos, no fim de junho", disse o USDA em relatório. "Produtores vão aguardar até que as colheitadeiras comecem a fornecer dados reais de rendimento para calcular se a produção mais do que compensará o custo de colheita. Em caso negativo, muitos campos pouco produtivos poderão não ser colhidos." As áreas semeadas mais tarde têm sido as mais afetadas.
A previsão de exportações em 2023/24 foi reduzida de 41 milhões para 35,5 milhões de toneladas. Quanto aos estoques finais em 2023/24, a previsão passou de 2,621 milhões para 2,282 milhões de toneladas.
O USDA em Buenos Aires publicou também suas primeiras estimativas para a temporada 2024/25. O escritório prevê produção de 48 milhões de toneladas, em uma área plantada de 6 milhões de hectares - a menor dos últimos seis anos. Segundo a agência, a doença que vem afetando as lavouras do país e os baixos preços do cereal devem influenciar a decisão de plantio no próximo ciclo.
Trigo
A produção de trigo da Argentina deve somar 16,8 milhões de toneladas na temporada 2024/25, segundo a representação do USDA em Buenos Aires. O volume representa aumento de 1,1 milhão de toneladas ante a estimativa para 2023/24, de 15,7 milhões de toneladas. Segundo o escritório, o plantio deve transcorrer normalmente, já que a umidade do solo é boa na maior parte das áreas.
A agência projetou a área colhida em 5,5 milhões de hectares, ante 5,6 milhões de hectares no ciclo anterior.
As exportações da Argentina em 2024/25 foram projetadas em 10 milhões de toneladas, queda de 200 mil toneladas ante a estimativa para 2023/24, de 10,2 milhões de toneladas. "Embora esteja aumentando sua produção, o Brasil não tem capacidade para produzir grandes volumes de trigo de qualidade para atender às necessidades de moinhos locais", disse o escritório do USDA em relatório. "Logo, a Argentina deve continuar sendo importante, mas os volumes dependerão principalmente da produção e da qualidade do trigo do Brasil no próximo ano comercial."
Os estoques de trigo da Argentina ao fim de 2024/25 foram estimados em 1,676 milhão de toneladas, ante 1,822 milhão de toneladas em 2023/24.