Por Mark Weinraub
CHICAGO (Reuters) - Agricultores norte-americanos planejam cortar as áreas de plantio de milho e trigo em 2022, mesmo com a oferta doméstica de trigo no menor nível em 14 anos e a demanda por ambos os cereais aumentando após a invasão da Ucrânia pela Rússia, que interrompeu os embarques desses importantes fornecedores.
Por outro lado, os produtores devem plantar sua maior área de soja de todos os tempos, disse o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, já que os altos custos de insumos associados ao cultivo de milho e trigo tornaram a oleaginosa uma safra mais atraente.
"Quando vimos o preço (dos fertilizantes) realmente disparar a partir do outono passado, os produtores estavam procurando alternativas", disse o analista da Advance Trading Brian Basting. "Eles estavam olhando para o preço atraente da oleaginosa também."
Os contatos futuros do milho e do trigo em Chicago subiram para máximas da sessão depois que os dados foram divulgados, enquanto os futuros da soja, que estavam sendo negociados em território positivo, caíram.
A intenção de plantio de milho nos Estados Unidos em 2022 foi estimada em 89,49 milhões de acres pelo governo norte-americano, abaixo dos 93,357 milhões de 2021. A projeção de área ficou abaixo do limite inferior das estimativas citadas em uma pesquisa da Reuters.
Já o plantio de soja nos EUA em 2022 foi estimado em 90,955 milhões de acres, ante 87,195 milhões.
As estimativas de semeadura de trigo de primavera caíram 1,9% para 11,2 milhões de acres.
Os estoques de trigo dos EUA em 1º de março foram estimados em 1,025 bilhão de bushels, uma queda de 21,8% em relação ao ano anterior e a mínima para o período desde 2008.
Os estoques de milho foram fixados em 7,850 bilhões de bushels e os de soja em 1,931 bilhão de bushels, disse o USDA.