RIO DE JANEIRO (Reuters) - Se a demanda por minério de ferro permanecer firme ao longo do segundo semestre, os preços da commodity não deverão ficar abaixo dos 50 dólares por tonelada na China, afirmou nesta quinta-feira o diretor-executivo de Ferrosos da mineradora Vale (SA:VALE5), Peter Poppinga, em conferência com analistas de mercado.
O executivo da maior produtora global de minério de ferro destacou que estímulos ao crédito do governo chinês no gigante asiático para o crescimento de investimentos em infraestrutura "mudaram completamente o jogo em 2016".
"Acho que nunca vi os estoques de aço tão baixos na China, mesmo com a produção recorde de junho e agora de julho, então isso significa que a demanda está muito forte", afirmou Poppinga, durante conversa sobre os resultados da empresa.
"Os estoques de minério de ferro estão altos nos portos, mas quando olha a cadeia toda na China, você vê que, em dias de consumo, os estoques são perfeitamente normais em termos de minério de ferro, em termos de aço são muito baixos."
Poppinga ponderou que no segundo semestre há uma maior produção de minério por parte dos grandes produtores, já que a sazonalidade contribui, mas que cenário pode ser favorável.
"Se a demanda continuar como ela está firme, muito difícil da gente ter algum preço abaixo de 50 (dólares por tonelada)", afirmou o executivo.
O minério de ferro para entrega imediata no porto de Tianjin foi cotado a 59,20 dólares/tonelada nesta quinta-feira, segundo o The Steel Index. No ano, o minério já subiu quase 40 por cento, mas está atualmente abaixo das máximas de 2016 de quase 70 dólares registrados em abril.
(Por Marta Nogueira)