SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da safra de café 2017/18 do Brasil (julho a junho) alcançou 71 por cento da produção projetada até 17 de janeiro, avanço de cinco pontos percentuais em um mês, de acordo com monitoramento da Safras & Mercados.
Segundo a consultoria, as vendas estão atrasadas em relação ao ano passado, quando 78 por cento da safra 2016/17 estava comercializada, mas superam a média dos últimos cinco anos, de 70 por cento para esta época do ano.
"Os baixos preços acabaram afastando os vendedores, e a nova queda agora em janeiro frustrou ainda mais, já que estavam apostando na virada do ano para uma mudança no comportamento do mercado", disse o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach.
A avaliação no setor é de que a perspectiva de uma safra de café recorde neste ano tende a limitar qualquer alta nas cotações da commodity no mercado interno. Enquanto as do arábica registram leve queda de 0,3 por cento, as do robusta (conilon) já caíram 10,6 por cento até agora em janeiro, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Nesta quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento projetou a safra de café do Brasil neste ano em um recorde, podendo superar as 58 milhões de sacas.
"O fato é que o cenário global, de abastecimento tranquilo para o comprador, impede uma reação nas cotações internacionais do café e no cenário doméstico também. Alguns produtores, mais curtos de caixa, já começaram a mudar a atitude, voltando a sondar o mercado à procura de alguma oportunidade. Mas, no geral, os negócios seguem lentos", afirmou Barabach.
Conforme os dados da Safras & Mercado, foram comercializadas até o momento 35,71 milhões de sacas de café, tendo por base a estimativa da consultoria, de uma safra 2017/18 no Brasil de 50,45 milhões de sacas.
(Por José Roberto Gomes)