Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de diesel por distribuidoras no Brasil em agosto superaram 6 bilhões de litros pelo segundo mês consecutivo e somaram um recorde no acumulado de janeiro a agosto, diante do crescimento da economia e da pauta exportadora, mostraram dados da agência reguladora do setor ANP.
No total, as distribuidoras venderam 6,1 bilhões de litros em agosto (diesel B, com mistura de biodiesel), superando levemente o resultado de julho (6,07 bilhões de litros) e tornando-se o segundo maior volume mensal da série histórica, atrás apenas de agosto do ano passado.
Na comparação com agosto de 2023, houve uma queda de 1,86%.
No acumulado de 2024 até agosto, o volume de vendas de diesel B totalizou 44,7 bilhões de litros, alta de 3,6% no comparativo com o mesmo período de 2023.
"Vale destacar que o volume demandado nos primeiros oito meses de 2024 é recorde na série histórica, refletindo o crescimento da economia brasileira e da pauta exportadora, que acarreta aumento da demanda por transporte dos bens gerados nos centros produtivos aos portos, para envio ao exterior", disse o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro em nota.
Para todo ano de 2024, as estimativas da StoneX apontam para um consumo de diesel em 67,1 bilhões de litros, alta de 2,5% frente ao observado em 2023.
GASOLINA X ETANOL HIDRATADO
As vendas de gasolina em agosto atingiram 3,77 bilhões de litros, leve avanço de 0,3% ante julho, mas uma queda de 3% ante o mesmo mês do ano passado, diante do aumento da competitividade do etanol hidratado, o principal concorrente nas bombas.
As vendas do etanol pelas distribuidoras somaram 1,75 bilhão de litros em agosto, alta de 1,85% ante julho e avanço de 25% na comparação com agosto de 2023.
"A persistência da menor competitividade do fóssil nas bombas, especialmente no centro-sul, ainda impacta o volume demandado de gasolina", disse em nota a analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia.
A especialista destacou ainda a expectativa de que a paridade siga favorável para o biocombustível nos próximos meses, mas um maior consumo de combustíveis leves em geral pode abrandar a queda do volume de vendas de gasolina C.
(Por Marta Nogueira)