Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da próxima safra de soja (2021/22), que será plantada a partir de setembro, chegou a 27,72% da produção esperada para Mato Grosso, com adiantamento ante a média histórica para o período, embora produtores aguardem preços ainda maiores para avançar com as negociações, informou o Imea nesta segunda-feira.
A média dos últimos cinco anos para esta época do ano indica que 14,86% das vendas estariam fechadas, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.
Na mesma época do ciclo anterior, produtores já tinham vendido 37,25% da produção futura.
Já para a safra atual (2020/21), cuja colheita se encaminha para o final, as vendas alcançaram 83,46% da produção esperada, levemente abaixo dos 88,98% na mesma época de 2019/20, mas também acima da média histórica de 78,31% para o período.
A finalização da colheita e preços nos maiores patamares da série histórica foram os fatores que impulsionaram as vendas do ciclo atual, disse o Imea em boletim semanal também divulgado nesta segunda-feira.
"Para se ter uma ideia, a valorização nas cotações ante o mês anterior foi de 5,12%, com a média MT em 162,90 reais por saca", afirmou o instituto.
O Imea também disse que os produtores aguardam preços ainda mais atrativos para avançar com a comercialização da próxima temporada, e essa cautela é o fator que tem limitado o ritmo das negociações para 2021/22.
MILHO E ALGODÃO
A comercialização de milho para a próxima safra em Mato Grosso chegou a 15,95% da produção esperada, aquém dos 29,5% vistos neste período do ciclo anterior, mas acima da média histórica de 5,89% para esta época do ano.
Para o ciclo atual, as vendas chegaram a 73,8%, também abaixo dos 82% registrados em igual período de 2019/20. A média dos últimos cinco anos indica que 66,3% da produção do cereal estaria comprometida.
Em boletim, o Imea considerou pequeno o avanço de 1,75 ponto percentual nas negociações para esta safra.
"Esse baixo volume negociado se justifica devido à comercialização antecipada em Mato Grosso e as incertezas provocadas pelas condições climáticas no Estado, que vêm trazendo dúvidas sobre a produção final e cautela na realização de novos negócios."
Para o algodão, a comercialização da pluma para a próxima temporada chegou a 25,3%, ante 30,19% no mesmo período do ciclo anterior e 23,03% na média histórica.
Segundo o Imea, houve um avanço de 7,95 ponto percentual no comparativo mensal. "Os principais motivos da ampliação nas negociações foram a demanda aquecida pela pluma e o avanço do preço no mercado futuro", afirmou em boletim.
Para o ciclo atual, o crescimento mensal foi de 9,39 ponto percentual, atingindo 77,32%. O volume está somente um pouco abaixo dos 78,15% negociados um ano antes e supera a média histórica de 68,93% para o período.
O instituto afirmou que o cenário é reflexo da valorização na cotação da pluma na bolsa de Nova York e do alto patamar do dólar futuro no mês de abril. Assim, o preço médio da fibra subiu 17,31% no comparativo mensal, para o recorde de 157,87 reais por arroba na média do Estado.
"Ademais, com as lavouras apresentando desenvolvimento satisfatório até o momento, o produtor conseguiu negociar um maior volume da sua produção aguardada."