Por Liz Lee e Bernard Orr
PEQUIM (Reuters) - Milhões de residentes do centro manufatureiro de Guangzhou, no sul da China, foram instruídos nesta quarta-feira a se testarem para Covid-19, já que as infecções superaram a marca de 2.000 por dois dias consecutivos no pior surto da cidade até agora.
Com os casos locais em toda a China atingindo seu nível mais alto desde 30 de abril, as autoridades anunciaram nas redes sociais que cinco distritos, que representam mais da metade da população de quase 19 milhões de Guangzhou, precisam passar por testes em massa.
A mais recente rodada de testes em massa em Guangzhou ocorre quando a China enfrenta uma retomada de infecções em várias cidades economicamente vitais, incluindo a capital Pequim, bem como Zhengzhou e Chongqing, que diminuíram as esperanças de que a segunda maior economia do mundo possa aliviar medidas restritivas em breve.
As autoridades estão determinadas a controlar os surtos e cumprir a política de Covid-zero do presidente Xi Jinping, sem ter que impor lockdowns em massa do tipo que fecharam Xangai no início deste ano.
Guangzhou relatou 2.637 novos casos de Covid-19 transmitidos localmente em 8 de novembro, acima dos 2.377 do dia anterior em meio ao surto mais grave da cidade até o momento e representando quase um terço das 8.176 novas infecções locais relatadas na China no dia.
Embora os casos de Covid-19 na China sejam pequenos para os padrões globais, a resposta política tem sido implacável e os testes em massa para grandes populações têm sido a norma desde 2020.
Os testes em massa geralmente são gratuitos, mas alguns governos locais estão retomando as cobranças, pois suas finanças estão sob pressão em meio à desaceleração da economia.
(Reportagem de Liz Lee, Bernard Orr, Martin Quin Pollard na redação de Pequim; Reportagem adicional de Josh Ye em Hong Kong)