Por David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que está pronto para fornecer estímulo monetário à economia norte-americana, duramente atingida pela crise de coronavírus, mas culpou os democratas por atrasar um acordo durante as negociações que fracassaram há uma semana.
O Senado, liderado pelos republicanos, e a Câmara, controlada pelos democratas, entraram em recesso informal depois que as negociações da semana passada terminaram com uma diferença de 2 trilhões de dólares entre os partidos. No entanto, os líderes de ambos disseram que poderiam chamar seus membros com 24 horas de antecedência se um acordo emergisse.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, Trump afirmou que está pronto para fornecer pagamentos diretos aos norte-americanos, bem como assistência de aluguel e dinheiro a pequenas empresas, governos estaduais e locais.
"Eu estou esperando os democratas aprovarem", afirmou o presidente. "Os democratas estão atrasando isso, certo?"
Os assessores da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e do líder democrata do Senado, Chuck Schumer, não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
A ação de Trump vem um dia depois de ele afirmar estar bloqueando negociações para impedir que os democratas forneçam mais dinheiro para os correios ou para as autoridades estaduais e locais que estão com dificuldades na preparação para as eleições de 3 de novembro em meio a pandemia. Nesta sexta-feira, ele sinalizou que pode aprovar verbas para os correios.
No sábado passado, Trump assinou uma série de decretos sobre questões incluindo benefícios a desempregados que os economistas consideraram muito limitados para ter efeito significativo em uma economia massacrada pela pandemia. Os decretos ainda precisam ser executados.
O abismo de 2 trilhões de dólares entre a proposta democrata de 3 trilhões de dólares e a oferta republicana de 1 trilhão de dólares inclui grandes discrepâncias no financiamento de escolas, ajuda aos governos estaduais e locais e auxílio-desemprego.
Um impasse quanto ao complemento de 600 dólares por semana ao auxílio-desemprego, que expirou em 31 de julho, mantinha os mercados financeiros em modo cautela, ainda mais depois de o Departamento do Comércio relatar crescimento das vendas no varejo mais fraco do que o esperado em julho devido ao aumento de infecções por coronavírus e à redução no pagamento de auxílio-desemprego.
(Reportagem de David Morgan; reportagem adicional de Lisa Lambert, Tim (SA:TIMP3) Ahmann, Alexandra Alper e Doina Chiacu)