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400 pastores da Universal investem em supostas pirâmides de Bitcoin

Publicado 07.04.2021, 18:20
Atualizado 07.04.2021, 18:40
© Reuters.  400 pastores da Universal investem em supostas pirâmides de Bitcoin
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A Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, está sendo acusada de tentar controlar aplicações em Bitcoins de pastores.

Três ex-pastores afirmam que a instituição quebrou de forma ilegal seus sigilos bancários para comprovar movimentações bancárias com o objetivo de investigar investimentos em criptomoedas.

A Universal teme que seus pastores estejam utilizando dinheiro da igreja para comprar Bitcoins, segundo o ex-bispo Alfredo Paulo.

Universal e pirâmides financeiras

De acordo com uma reportagem do The Intercept desta quarta-feira (7), os ex-pastores que acusam a Universal são Luciano Alves, Junior Ribeiro e Everdan Rocha, todos do Rio de Janeiro.

Mais precisamente, eles apontam que a investigação ilegal foi encabeçada pelo bispo Renato Cardoso. Ele é genro de Edir Macedo e segundo nome da hierarquia da Universal.

Nos próximos dias, os ex-pastores pretendem ingressar com uma notícia-crime para exigir investigação pelo Ministério Público.

Conforme relatou Luciano Alves, enquanto estava atuando como pastor, foi chamado à sede da igreja. Lá, ele foi sabatinado sobre uma série de depósitos bancários em espécie feitos por ele na GAS Consultoria Bitcoin. A empresa é acusada de pirâmide financeira:

“Eles já tinham esse registro, essa informação. Como? A gente não sabe”, questionou Alves.

O ex-pastor relatou que há 2 anos a Universal reduziu seu salário de R$ 15 mil para R$ 8 mil. Por isso, recorreu aos investimentos em criptomoedas, “por necessidade”.

Mas Alves não foi o único a investir em supostas pirâmides de criptomoedas. A AirBit Club, que também atuava como um esquema de criptomoedas, também captava novos membros da sede da Universal.

Autor de “Casamento Blindado” teria investigado investimentos

Conforme apontaram os ex-pastores, o bispo Renato Cardoso, autor de “Casamento Blindado” (mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos) seria o responsável pela devassa.

Além disso, ele teria reduzido seus salários e proibido os pastores de terem bens. Isso porque, segundo ele, pastores não precisavam de dinheiro porque viviam na igreja e só usavam a mesma roupa.

O ex-pastor da Universal, Marcelo Roque, contou que pelo menos 400 pastores teriam deixado a igreja entre janeiro e fevereiro deste ano após as “investigações”. A maioria por investir em Bitcoin.

Ele disse ainda que um bispo flagrado com R$ 1 milhão em sua conta foi aceito de volta depois de entregar o dinheiro. Outro pastor também foi readmitido após provar ter feito um empréstimo para investir R$ 48 mil em Bitcoin.

A Igreja Universal não respondeu aos questionamentos enviados pelo The Intercept.

Por CriptoFácil

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