No âmbito do processo que apura supostas condutas anticoncorrenciais por bancos contra exchanges, a Associação Brasileira de Criptoeconomia e Blockchain (ABCB) citou as recentes ofertas de investimento do Banco Itaú.
O ofício em questão foi encaminhado na quinta-feira (12) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Recentemente, conforme noticiou o CriptoFácil, o banco começou a oferecer investimento em criptomoedas a seus clientes VIPs do Itaú Personnalité.
Agora, os clientes podem investir no ETF de criptomoedas criado pela gestora Hashdex, o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11 (SA:HASH11)).
Ademais, o banco lançou um fundo indexado para investir em empresas relacionadas com blockchain, como MicroStrategy (NASDAQ:MSTR).
Itaú oferece investimentos em Bitcoin
No ofício enviado ao CADE, Fernando Furlan, presidente da ABCB, apresentou cópias de publicações do Banco ltaú e de seu segmento ltaú Personnalité.
Nas imagens, o Itaú destaca o Bitcoin como um ativo inovador, revolucionário e promissor. O banco promoveu, inclusive, transmissões ao vivo para explicar as vantagens de investir em Bitcoin e divulgar a oferta do novo investimento.
De acordo com Furlan, o Itaú é uma das instituições financeiras “mais agressivas em relação às corretoras de criptoativos, as exchanges”.
Isso porque é o banco que mais atua no encerramento injustificado de contas das exchanges. Além disso, segundo a ABCB, é um dos bancos que mais nega a abertura de contas a corretoras.
O representante da ABCB também afirmou que as informações prestadas podem contribuir para uma decisão sobre o caso.
Bancos concorrem com exchanges
O documento em questão integra o processo aberto pela ABCB contra os bancos por encerrarem contas de exchanges.
Especificamente, a inicial do processo alega que os bancos encerram contas de exchanges em atitude anticoncorrencial. O caso vem sendo analisado desde junho de 2018.
Em determinada ocasião, houve uma decisão da Superintendência do CADE a favor dos bancos e contra as exchanges.
Contudo, um dos conselheiros do CADE discordou da decisão e o processo voltou a ser analisado pela instituição.
Em maio deste ano, a ABCB encaminhou ao CADE um outro ofício afirmando que a oferta de um ETF de BTC prova que os bancos concorrem com exchanges.