Por Yasin Ebrahim
Investing.com -- O Bitcoin fechou em baixa esta segunda-feira (21), e a atividade em sua blockchain não era tão desoladora há meses, com os novos esforços da China para controlar a atividade de criptomoedas desacelerando a o crescimento de novos usuários e desgastando as atividades de mineração. Indo contra a onda de desastres, no entanto, os investidores de longo prazo ainda não estão jogando na toalha.
O Bitcoin caiu 8%, para US$ 32.485, embora tenha sido negociado em baixa de até US$ 31.821.
Os dados mais recentes da blockchain mostram que a demanda de novos usuários por Bitcoin continua diminuindo a níveis não vistos em um ano.
"Os endereços ativos de Bitcoin caíram 24% do pico geralmente sustentado de 1,16 milhão de março até o início de maio. A atividade atual, de 884 mil endereços, foi vista pela última vez no ano passado", disse a Glassnode em seu último relatório sobre a blockchain.
As transações de BTC confirmadas por dia, entretanto, caíram para 167.000, o nível mais baixo desde 2018.
A atividade mais fraca na blockchain vem conforme a nuvem escura da regulação continua pesando sobre a opinião pública.
Segundo informações, o Banco Popular da China ordenou aos bancos da China e à plataforma de pagamento Alipay que cessassem os serviços ligados ao comércio de criptomoedas, informou a Bloomberg.
Em um novo período de restrição do acesso às criptomoedas, o banco central exigiu que as instituições eliminassem os canais de pagamento para exchanges de criptomoedas e plataformas de balcão.
Mineradores de bitcoin, que desempenham um papel fundamental na manutenção da atividade da rede, ou blockchain, que alimenta o BTC, também estão sentindo a pressão regulatória da China, em meio a preocupações com o uso de energia.
A Comissão de Desenvolvimento e Reforma da Província de Sichuan e o Departamento de Energia de Sichuan emitiram uma nota conjunta na sexta-feira ordenando as companhias locais de energia a "buscar, resolver e acabar" com as operações de mineração até domingo, de acordo com o relatório do jornal apoiado pelo Partido Comunista, Global Times.
Com o banimento, estima-se que mais de 90% da capacidade de mineração de bitcoins na China seja desativada, pelo menos no curto prazo.
A atividade de mineração de bitcoin despencou para 125,13 exahashes por segundo nesta segunda-feira, seu nível mais baixo desde novembro de 2020, de acordo com os dados do Blockchain.com.
Ainda assim, há quem veja com bons olhos o afastamento da atividade de mineração chinesa no longo prazo, em meio a preocupações de que os pequenos mineradores chineses são menos eficientes em termos energéticos em comparação com seus pares internacionais.
A fama do bitcoin como uma criptomoeda suja – dada a energia utilizada na mineração dos blocos no blockchain – é algo mal compreendido pelo menos nos EUA, pois a maioria dos "mineradores americanos usam energia renovável limpa", diz Michael Venuto, diretor de investimento da Toroso Investments, em maio ao Investing.com.
A queda da atividade de mineração e de novos usuários na blockchain ainda não abalou os investidores de longo prazo, ou "hodlers" de bitcoin, que continuam comprando na baixa, mesmo que alguns deles pareçam ter oscilado com perdas.
"Desde o marco recorde de US$ 64 mil, os investidores de longo prazo possuem 5,25% a mais da oferta em circulação, dos quais 1,5% estão atualmente desvalorizados (detidos em uma perda não realizada)", disse a Glassnode em seu relatório. "Apesar de os preços se aproximarem da base de custos para muitos titulares de longo prazo, eles continuam sem largar o osso."