Por Marco Oehrl
Investing.com – É indiscutível o fato de que o bitcoin, o ethereum e outras criptomoedas têm como base uma tecnologia revolucionária. No entanto, quando o assunto é atribuir um valor para esses criptoativos, dois campos bastante distintos aparecem. De um lado estão os entusiastas das criptos, cujos olhos brilham só de falar no potencial do setor. Mas, de outro, estão pessoas que não só questionam o sentido das criptomoedas, como defendem que elas estão totalmente desprovidas de valor.
A recente turbulência do mercado só intensificou essas desavenças. Embora as pessoas tenham se acostumado com o fato de que as criptomoedas são bastante voláteis e que muitos golpistas continuam fazendo “maldades” no setor, o colapso de ecossistemas inteiros é algo completamente novo.
Até mesmo modelos de negócios aparentemente promissores podem quebrar em uma semana, provocando um significativo deslocamento do mercado. Isso inevitavelmente provocará mudanças na participação de mercado dentro do modelo de negócios das criptos.
Enquanto importantes players do segmento caem, como a FTX, bancos de investimento do calibre do Goldman Sachs (NYSE:GS) estão à espreita para assumir uma posição dominante nesse mercado. Há a percepção de que é possível fazer um bom dinheiro com o salto de fé que foi dado. O diretor-geral de ativos digitais do Goldman Sachs, Mathew McDermott, afirmou o seguinte:
“Realmente vemos oportunidades interessantes, com precificação muito mais rezoável”.
O Standard Chartered (LON:STAN) afirma que a fase de corrida pelo ouro acaba de começar entre as instituições financeiras estabelecidas há mais tempo. Isso porque, apesar de muitos esperarem que o bitcoin forme um fundo em torno de US$ 17.000 e alcance novas máximas históricas a partir daí, a instituição espera que a moeda digital despenque até US$ 5.000 no próximo ano.
Esse resultado contribuiria com a estratégia de instituições como Goldman Sachs e Blackrock. Seria possível ter uma participação em negócios promissores a um preço extremamente barato, permitindo a maximização dos retornos no longo prazo, já que muitas empresas do segmento, como a FTX, eram verdadeiras “máquinas de imprimir dinheiro”. Há sinais cada vez maiores de que a FTX só quebrou por causa da incompetência da sua gestão. Um problema que pode ser inclusive sistêmico no setor, diante da soberba de muitos fundadores e da sua incapacidade de gerenciar suas competências.
Embora, no curto prazo, a perspectiva seja bastante nebulosa para a comunidade cripto, também há pontos promissores. Tim (BVMF:TIMS3) Draper é um dos entusiastas: Ele afirmou o seguinte:
“Eu ampliei minha previsão em seis meses. US$ 250k ainda é o meu número. Minha expectativa é que haja um voo para a qualidade e criptos descentralizadas, com o bitcoin, fazendo com que algumas criptos mais fracas se tornem relíquias”.
Pontos técnicos no bitcoin
O bitcoin registra uma queda de 1,92% no momento da redação, ao preço de US$ 16.978, enquanto sua valorização semanal é de 3,58%.
Embora a criptomoeda tenha atingido sua máxima diária ontem em US$ 17.395, o fechamento do dia ocorreu na região da retração de 23,6% de Fibo de US$ 16.986. Assim, as negociações continuam consolidadas em torno desse nível de Fibo, que é mantido desde 1 de dezembro.
Um fechamento diário abaixo da retração de 23,6% de Fibo favoreceria movimentos de baixa em direção à mínima de 28 de novembro a US$ 16.013. Abaixo disso, o foco mudaria para a mínima de 21 de novembro, que está em US$ 15.504.
Por outro lado, a retração de 38,2% de Fibo a US$ 17.841 oferece uma resistência imediata, seguida da média móvel de 55 dias a US$ 18.266 e da retração de 50% de Fibo a US$ 18.533.