Investing.com – O cenário ainda é de indecisão no bitcoin, que oscilou em torno dos US$ 26.000 nos últimos dias, ao mesmo tempo em que os volumes de transações atingiram os menores níveis em anos.
De fato, o volume de negociações de bitcoins foi o mais baixo em quase cinco anos em agosto, mostrando que os investidores estão cautelosos em voltar ao mercado com mais força.
Volume de negociação do bitcoin toca mínima de 5 anos
Uma análise dos dados da CryptoQuant, que engloba transações à vista e com derivativos, revela que o volume total de bitcoins nas exchanges caiu para o menor patamar desde 2018 no começo deste mês e não conseguiu se recuperar.
Mais especificamente, as transações nas plataformas de criptomoedas monitoradas totalizaram 129.307 BTC em 26/08, de acordo com a CryptoQuant, depois de ter recuado para 112.317 BTC em 12/08, menor nível desde 10 de novembro de 2018.
“Os volumes de negociações diminuem durante bear markets, com o afastamento dos investidores individuais”, explicou Julio Moreno, diretor-geral de pesquisa da CryptoQuant, à CNBC.
Ele também ressaltou que “isso aconteceu em 2022 na maioria das exchanges”, mas acredita que, “com uma retomada do mercado, o volume tende a aumentar”.
No entanto, é preciso reconhecer que não há os vetores de alta para o bitcoin no momento, diante das incertezas econômicas e de um recente aumento das apostas em uma política monetária mais rígida do Federal Reserve.
Não se deve ignorar ainda a repressão exercida pelos órgãos reguladores sobre as criptomoedas, sobretudo nos Estados Unidos, o que tem limitado claramente o avanço do mercado de ativos digitais nos últimos meses.
Halving, ETF à vista e status de “ouro digital” podem fazer bitcoin alcançar US$ 100.000 no ano que vem?
Apesar disso, muitos ainda mantêm o otimismo com o futuro do bitcoin, principalmente por causa da expectativa de um evento técnico crucial previsto para o próximo ano. Em uma entrevista recente para Paul Barron, a vice-presidente da empresa de mineração de Bitcoin Hut 8, Sue Ennis, previu que o preço do bitcoin superará US$ 100.000 no próximo ano, por causa do impacto do halving.
Vale lembrar que o halving é um evento específico da rede bitcoin que ocorre a cada cerca de 4 anos e reduz pela metade a recompensa dos mineradores. Como eles recebem bitcoins “recém-criados”, o halving resulta em uma redução na taxa de crescimento da oferta, o que, junto com a demanda, deve ter um efeito positivo no preço.
Esse cenário foi confirmado em halvings anteriores. Ennis também citou o potencial impacto positivo de um ETF de bitcoin à vista nos Estados Unidos, o que ainda é incerto, embora a solicitação feita pela BlackRock (NYSE:BLK) alguns meses atrás tenha aumentado a probabilidade, segundo a maioria dos especialistas.
Nesse sentido, ela estimou que as chances de aprovação são “definitivamente maiores que 50%”.
Ela acrescentou que “a BlackRock, na condição de maior gestora de ativos do mundo, tem grande poder de barganha, e seu impacto nos mercados em iniciativas anteriores foi enorme. Portanto, vejo essa iniciativa como um potencial de alta claro para a criptomoeda”.
Por fim, em relação ao impacto no preço do bitcoin, Ennis estimou que “poderíamos ver no próximo ciclo um preço de US$ 100.000, se o BTC capturar apenas 2 a 5% dos US$ 13 trilhões que o ouro representa nos portfólios institucionais”.